Estudante mineira debate o Ensino Médio no Parlamento Juvenil do Mercosul

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 Minas Gerais é um dos estados brasileiros com representantes no Parlamento Juvenil do Mercosul, órgão internacional que tem entre seus objetivos criar um espaço de discussão entre os jovens. O Parlamento é composto por estudantes do Ensino Médio de escolas públicas de todo os estados brasileiros e dos países membros e associados ao Mercosul, como Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai e Uruguai.

Em sua primeira edição, setembro de 2010 a setembro de 2012, o tema central do Parlamento é ‘O Ensino Médio que queremos’. A representante mineira Bárbara Fraga, 17 anos, é estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Doutor Geraldo Parreiras, em João Monlevade, na região Central do Estado. Ela ressalta a importância de se discutir um tema tão importante para os jovens. “Muitas escolas não dão liberdade para o aluno expor o que pensa sobre o ensino da escola e nós temos muito o que dizer, afinal vivemos isso. Então, o que eu puder fazer para ajudar na melhoria do ensino vou fazer nesse tempo em que estiver no Parlamento”.

No primeiro semestre deste ano, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) criou um grupo de trabalho para reformular o Ensino Médio mineiro, na tentativa de torná-lo mais atraente para os jovens, iniciativa que Bárbara aponta como essencial para a manutenção e melhoria do ensino. “Essa postura de mudança é ótima. É necessário que se criem projetos que visem incentivar a participação e a presença do adolescente em sala de aula, além de fortalecer e inovar as metodologias de ensino. Muitas escolas ainda ignoram as novas técnicas de educação e usam meios antiquados e metodologias que não são tão eficazes, então inovar é necessário, tentar transformar a educação no país é um diferencial”.

No Parlamento, as delegações de todos os países têm como missão a sugestão de projetos de lei que envolva o Ensino Médio. Para serem aprovados, os documentos devem ser avaliados pelo Ministério da Educação e pelo Parlamento do Mercosul, o Parlasul. Se aprovados, eles são enviados para as secretarias estaduais dos países membros, que têm o prazo de dois a três anos para executá-los. Além dos encontros internacionais, a delegação brasileira se reúne a cada dois meses. Desses encontros já foram aprovados o Regimento Interno e o Plano de Metas da Comitiva. Segundo Bárbara, a delegação brasileira já enviou alguns documentos que visam facilitar a integração entre os membros do Parlamento. “Um dos documentos que fizemos solicita que se amplie no Brasil o ensino do espanhol e, nos demais países membros do parlamento, o ensino do português, já que no início houve uma dificuldade porque a delegação de nenhum país falava o português e nós falávamos muito mal o espanhol, o que dificultou um pouco a comunicação”.

O próximo objetivo da delegação é divulgar seu trabalho junto aos estudantes do Ensino Médio e das secretarias de educação. A comitiva irá participar em setembro da Conferência Estadual de Educação, que acontecerá no Espírito Santo. O evento deve contar com a participação de estudantes de todo o país. Já no mês de novembro, os jovens devem participar de um encontro do Parlamento, em Buenos Aires, na Argentina.

Minas Gerais no Parlamento

O processo de seleção para integrar o Parlamento contou com uma rotina de discussões sobre diferentes assuntos que fazem parte do dia a dia dos jovens. Primeiro, Bárbara participou de uma seleção na escola onde estuda e depois de um processo seletivo, com mais quatro jovens mineiros, em Brasília (DF). Na seletiva, estudantes de todo o país ficaram quatro dias na capital brasileira, onde participaram de debates sobre temas como: gênero, direitos humanos, jovens e trabalho. Os mediadores dos debates eram funcionários do Ministério da Educação (MEC) e do Mercosul. Depois de dias de discussão, os próprios estudantes votaram nos colegas que acharam que tinham mais potencial para integrar a delegação brasileira. Também foram escolhidos professores para integrar o grupo.

Para Bárbara Fraga, além de proporcionar a oportunidade de conhecer diversos estados brasileiros e outros países, a participação no Parlamento é uma oportunidade imensa de crescimento pessoal e profissional. “É uma oportunidade de crescimento muita vasta. Tenho contato com pessoas de diferentes classes e culturas. Na questão profissional, você aprende como se portar perante várias situações”. A estudante ainda ressalta a responsabilidade que está carregando. “Eu estou podendo fazer alguma coisa pela educação do meu país e isso é muito bacana. A educação no Brasil tem muito o que melhorar, mas em vista de outros países estamos bem. Há delegações que relatam aspectos que no Brasil já não são vistos mais como problemas”.

Parlamento Juvenil do Mercosul

O Parlamento foi criado em 2007 pelo setor educacional do Mercosul. É composto por estudantes do Ensino Médio público, com idades entre 14 e 17 anos. Integram o órgão jovens com bom desempenho escolar e que tenham participado de algum tipo de experiência social.

 

Agência Minas

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