Eles Voltam abre mostra de longas de ficção no Festival de Cinema de Brasília

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 A primeira noite de mostras competitivas reforçou o predomínio, já anunciado, da presença das produções pernambucana na 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Com Eles Voltam, o diretor Marcelo Lordello encerrou a noite dessa terça-feira (18), estreando a principal competição do evento, a de longas-metragens de ficção.

A trama prendeu o público em torno da história de uma menina de 12 anos, vivida pela atriz Maria Luiza Tavares, e seu irmão mais velho, que vivem experiências e aventuras no retorno para casa, depois de serem deixados na estrada por seus pais, durante uma viagem em família.

“É um filme sobre gente, sobre momentos e sobre pequenos encontros que todas as pessoas passam. Sugiro que prestem mais atenção a esses momentos”, disse Lordello, descrevendo a mensagem que esperava transmitir com o longa.

Eles Voltam foi a primeira experiência com um longa-metragem de ficção e a terceira vez que o diretor pernambucano disputa um prêmio do Festival de Brasília. Em edições anteriores, Lordello apresentou o curta-metragem Nº 27 e o longa-metragem documental Vigias. “Estou muito feliz por estar de novo no Festival de Brasília, em que acredito e respeito muito”, disse.

A ficção filmada em 35 milímetros, que dominou a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional por 100 minutos, começou como um projeto de curta-metragem que foi suspenso por algum tempo, enquanto o pernambucano produzia outros títulos.

“Quando voltei para retomar o filme, já tinha mudado muito e me transformado. Tive outras experiências com filmes, fui pai, me casei, ampliei minha vida de forma que olhei para aquele roteiro de três anos atrás e vi que não dava [para seguir o projeto inicial]. Percebi que a história precisava ser ampliada”, disse Lordello que concorre ao prêmio de R$ 250 mil pela categoria do filme.

A exibição de Eles Voltam foi precedida da apresentação de produções que estrearam outras disputas, comoCanção para Minha Irmã, uma ficção digital de 18 minutos, dirigida pelo também pernambucano Pedro Severien, e pelo curta-metragem de animação Linear, do diretor paulista Amir Admoni.

A primeira noite de mostras foi aberta com o documentário Câmara Escura, de 25 minutos, dirigido por Marcelo Pedroso, e pelo longa-metragem documentário Um Filme para Dirceu, de Ana Johann. A diretora paranaense conseguiu emocionar o público, que ainda não estava completo no início da noite e, nos 80 minutos da trama, arrancou gargalhadas e aplausos.

Com uma história envolvente, bem humorada e sensível, Ana Johann e o personagem documentado, o ex-metalúrgico e gaiteiro Dirceu, construíram um documentário interativo em que a equipe de filmagem e o protagonista dividiam as cenas realistas de uma convivência que durou mais de três anos até a conclusão da obra. O movimento proporcionado pela trama, que também contemplou cenas idealizadas por Dirceu, quando imaginou retratar sua história para o cinema, conseguiu prender a atenção da plateia durante toda a exibição.

Agencia Brasil

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