O mês de abril deste ano registrou redução na taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), passando de 8,5% em março para 8,1% da População Economicamente Ativa (PEA). O número é o menor para o mês desde o início da série histórica em 1996. Em relação a março o número de pessoas economicamente ativas registrou relativa estabilidade (-1 mil), enquanto o número de ocupados teve acréscimo de nove mil pessoas (0,4%), resultando em decréscimo de 10 mil desempregados (4,9%). Os dados são parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (PED-RMBH) e foram divulgados nesta quarta-feira (25), pela Fundação João Pinheiro (FJP), Dieese, Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete) e Fundação Seade. Para o coordenador técnico da pesquisa pela Fundação João Pinheiro, Plínio Campos, a tendência é que a taxa de desemprego continue em queda, caso não haja movimentos inesperados na economia. “As taxas de desemprego desde o início de 2011 são menores que as taxas apresentadas no mesmo período do ano passado. Se não houver uma catástrofe na economia mundial, esta redução deve prosseguir. Até o momento as medidas para conter a inflação e o aquecimento da economia não tiveram impactos negativos no mercado de trabalho”, explicou.
Setores
No mês de abril, o setor de serviços foi o que mais contribuiu para a redução do desemprego, registrando aumento de 34 mil empregos, seguido pela indústria a construção civil que apresentaram crescimento de 1 mil ocupações cada. Em movimento contrário, o comércio sofreu redução de 17 mil vagas e o agregado “outros setores”, de 10 mil. Na comparação com o mês de março, o setor privado teve acréscimo de 15 mil postos de trabalho e o contingente de trabalhadores com carteira assinada apresentou crescimento de três mil pessoas. “Hoje, 50% das pessoas têm carteira assinada e não há uma necessidade tão premente de se inserir no mercado de trabalho como em 2004, quando as taxas de desemprego giravam em torno de 20%. Estar desempregado atualmente é menos penoso do que há alguns anos, tanto pelo tempo reduzido de procura, quanto pelo acesso a benefícios como o seguro desemprego” afirmou Campos. Entre os trabalhadores sem registro na carteira houve acréscimo de 12 mil e, entre os autônomos, ampliação de 1 mil ocupações. Foi registrado decréscimo de 1 mil ocupações para as “demais posições” e de nove mil no contingente de empregados domésticos. Entre abril de 2010 e abril de 2011 houve redução de 1,3% no nível ocupacional. No período, houve acréscimo de 11 mil vagas na construção civil e estabilidade no comércio. O setor de serviços perdeu 23 mil postos de trabalho, a indústria apresentou redução de nove mil vagas e o agregado “outros setores” sofreu retração de oito mil ocupações.
Nos últimos 12 meses, o tempo médio de procura por trabalho diminuiu de 40 para 32 semanas.
Regiões metropolitanas
Entre os meses de março e abril a taxa de desemprego manteve-se relativamente estável no conjunto das sete regiões metropolitanas pesquisadas: Distrito Federal (13,6%), Belo Horizonte (8,1%), Fortaleza (9,8%), Porto Alegre (7,4%), Recife (13,8%), Salvador (15,7%) e São Paulo (11,2%).
“A situação para o Brasil é favorável. Há uma expectativa de crescimento da economia em torno de 4,5%, o que contribui para que não haja aumento do desemprego, e não há nada no horizonte recente que possa contradizer essa previsão”, concluiu Campos.
Agência Minas