Democratizar a imprensa

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Todo mundo defende a democracia, mas poucos sabem conviver de forma democrática. Quando se está no poder ou com o poder, tudo que se falar contra ou é tido como inveja ou como perseguição. Quando se está no início de uma carreira, ainda mais artística, sempre cobra espaço democrático. Depois que a consagração vem, tudo que se falar que não favoreça ou é despeita ou está querendo aparecer às custas. Em todas as situações, de qualquer modo, democracia é boa apenas quando favorece, quando é o contrário é o pior dos males.
Costuma-se chamar a imprensa de quarto poder. Mas esse poder não tem sido muito aberto às camadas menos favorecidas.
Pessoas famosas estão sempre nas páginas do noticiário, pela repercussão natural de sua posição. Com pessoas no alto escalão de poder ocorre o mesmo. Os artigos são sempre subscritos por essas mesmas pessoas. Elas têm espaço no noticiário, nos artigos e nos espaços dos leitores. Nestes, não deveriam.
Nem sempre o espaço vem em decorrência do conteúdo, mas por que renomados vendem jornais e revistas. Nada de errado. Os meios de comunicação são um negócio. O erro está em não ter nenhum espaço destinado ao leitor comum, que seja suficiente para exposição de uma idéia completa, com mais profundidade. Os espaços são apenas aquelas seções de leitores que, de tão reduzidos, de um mesmo texto pode ser pinçado um ponto negativo ou favorito, dependendo da inclinação do meio de comunicação. Passou da hora de todos os jornais, revistas, tablóides destinarem uma seção específica para um texto completo do leitor. Poucos dão esse espaço. A Democracia agradece, pois ela pode ter todos os defeitos, menos o de ser mão única.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito

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