Dentro de todo universo comercial em torno da motivação, assim como no comércio da fé, o resultado na sua maioria resta inócuo, quando não prejudicial.
Há uma grande confusão reinante, entre motivar e mudar pessoas. A verdade é que ninguém muda ninguém. Quando uma pessoa altera beneficamente seu destino com novos comportamentos, é porque foi atingida por uma motivação nesse sentido. Ou seja, de uma forma ou de outra, a vida se encarregou de “abrir-lhe os olhos”, seja de forma agradável ou desagradável, até que ela sentiu-se motivada a procurar novos caminhos.
Isso não quer dizer que as boas dicas não devam ser passadas, claro que devem. Mas não é o portador da informação o detentor de qualquer mérito maior, mas o próprio destinatário dela que, ao recebê-la, sentiu a motivação e fez disso uma ferramenta em seu benefício.
Por isso que, sempre, ao ministrar uma palestra, fiz questão de esclarecer que não tinha o poder de mudar ninguém e nem era essa a intenção, mas despertar cada um para o poder que possui na escolha de novas atitudes em direção ao crescimento pessoal.
Portanto, que ninguém pense que ao assistir uma palestra, sairá dela pronto e acabado para o sucesso. Pois além da relatividade deste termo, existirá sempre um imenso trabalho a ser desenvolvido, cuja maior e mais poderosa ferramenta será a vontade.
Ter vontade – de fato – é estar motivado. Tanto e a tal ponto, que os obstáculos ao invés de provocar desanimo, provocam – ao contrário – mais perseverança na obtenção do desejado progresso.
Por isso, não existe receita pronta que, com sua mera aplicação, resolva todos os problemas de alguém. O combate ao imediatismo da moda será, talvez, o primeiro obstáculo a ser vencido, dependendo do grau evolutivo de cada um.
E se cada um descobrir dentro de si seus imensos poderes latentes e os fizer virem à tona, todas as soluções poderão ser trazidas para a realidade.
Em suma: motivação não é só uma palavra, é um sentimento interno que se pode desenvolver, ou deixar atrofiado enquanto se arrasta pela vida sem viver. As escolhas serão – como sempre foi – de cada um.
Joaquim Saturnino da Silva
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