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Apesar de ocupar a 13ª posição no ranking mundial de produção científica, o Brasil está em 47ª lugar no de inovação. Mesmo considerando como “precários” esses indicadores, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse hoje (26) que eles mostram de forma clara a necessidade de o país avançar nos incentivos a bolsas de estudo, como o previsto no Programa Ciência sem Fronteiras.

“Na área de inovação, o Brasil está muito distante da posição que detém na economia mundial”, disse Mercadante ao abrir a palestra sobre o Programa Ciência sem Fronteiras, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

A iniciativa pretende conceder 100 mil bolsas de intercâmbio para estudantes e pesquisadores em modalidades que vão do nível médio ao pós-doutorado. Dessas, 75 mil ficarão a cargo do governo federal e 25 mil, da iniciativa privada.

A preocupação inicial é favorecer áreas de conhecimento consideradas prioritárias, como as de engenharia, ciências exatas, biológicas e da saúde, além da computação e tecnologia da informação. “Enquanto a Coreia [do Sul] tem um engenheiro para cada quatro formandos, o Brasil tem uma proporção de um para cada 50 formandos”, argumentou o ministro.

Mercadante apresentou alguns dados que mostram o quanto algumas áreas de conhecimento foram desfavorecidas entre 2001 e 2009. Enquanto o total de bolsas concedidas para a área de humanas aumentou 66% no período, e a de ciências biológicas 63%, o de engenharia cresceu apenas 1% e o de ciências exatas e da terra diminuiu 16%. “Por isso, a inovação é o foco da nova política industrial”, afirmou ele.

Das 75 mil bolsas que serão custeadas pelo governo, 27,1 mil serão destinadas à graduação de estudantes. Mais 24,6 mil terão como destino o chamado doutorado sanduíche, com duração de um ano; e 9,79 mil a doutorados integrais, com duração de quatro anos. Para pós-doutorados, serão mais 8,9 mil bolsas e para estágio sênior, 2,6 mil. Haverá ainda 700 bolsas para treinamento de especialistas de empresas no exterior; 860 para jovens cientistas; e, por fim, 390 para pesquisadores visitantes.

“Esses pesquisadores visitantes serão lideranças científicas internacionais consolidadas. De preferência, brasileiros radicados no exterior”, explicou Mercadante. Segundo ele, os visitantes assumirão o compromisso de vir ao Brasil com regularidade e, também, de receber estudantes e pesquisadores brasileiros em seu laboratório no exterior.

 

A seleção das universidades estrangeiras que serão destino dos bolsistas será feita de acordo com os rankings apresentados pela Times Higher Education e pela QS World University. “Teremos os melhores estudantes brasileiros estudando nas 50 melhores universidades do mundo”, informou o ministro.

Integrante de um dos grupo de trabalho que discute formas de o país incentivar inovação e registro de patentes, o professor Antônio Trevisan ressaltou a importância da participação da iniciativa privada nessas áreas. A resposta foi dada pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Paulo Safady: “Vamos administrar isso com competência e competitividade.”

 

 

Agência Brasil

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