Por Devair G. Oliveira
Em situação normal, um veículo de comunicação pode perder audiência, sem perder o faturamento, isso a curto prazo, mas com a continuidade de queda refletirá também no faturamento. Mas porque uma emissora líder absoluta passa a perder audiência?
As respostas são várias: o avanço da internet é a principal, evolução das demais redes concorrentes, os editoriais e jornais. Este conjunto por certo vai desagradar algum público, visto que hoje os telespectadores estão muito mais informados sobre a maneira dos meios de comunicação de dar as notícias. Politicamente a Rede Globo ainda não se posicionou, e em curto espaço de tempo consegue desagradar a vários seguimentos, é normal encontrar governistas e oposicionistas reclamando pelo mesmo motivo, é um tal de morde e assopra. As vezes um meio de comunicação peca por omitir certas notícias para agradar seus clientes e acaba enfiando os pés pelas mãos, caso recente foi a postura da Globo diante de dois acontecimentos: o rompimento da barragem de Mariana e o atentado de paris.
A Globo colocou todo o seu exército de repórteres para fazer a melhor cobertura possível dos atentados, fazendo com que o povo soubesse mais sobre o presidente da França François Hollande, que do prefeito de Mariana, faça um teste e pergunte em sua sala de aula, verá que o nome de Hollande será mais lembrado. Vale ressaltar que os internautas e a imprensa do interior estão atentos e criticaram a postura da Rede Globo, ela por certo reconheceu a falha e um pouco tarde corrigiu alguns erros, e ontem no Fantástico foi a primeira TV a mostrar diretamente das barragens os seus problemas, mas ainda está devendo, quando da tragédia do incêndio da boate Kiss em Santa Maria Rio Grande do Sul, ela não poupou ninguém, pediu cadeia até para os oficiais bombeiros e demais envolvidos diretamente, será que é porque lá eles não tinham clientes, como aqui, Samarco e Vale? Um pobre mata um tatu para seu alimento e é preso, uma mineradora faz um estrago incalculável em dois estados MG e ES, mata mais de 600 Km do Rio Doce, mata mais de 12 pessoas fora os desaparecidos e ninguém pede cadeia para os responsáveis, e ainda ninguém sabe se estas multas serão pagas.
Sabemos de centenas de políticos enrolados na Lava jato, mas a Globo fala todo dia no Eduardo Cunha, tem que falar sim, mas e os outros? Muitas notícias sabemos pelas redes sociais, a Globo não cobriu corretamente a paralisação dos caminhoneiros e nem disse porque eles paralisaram.
Os erros e o desgastes vem se multiplicando, na estreia do programa dia 8/8/2015 “É de Casa” derrubou a audiência da TV Globo. Já um dia antes, o Jornal Nacional perdeu em audiência até para a reprise de novela. Uma pesquisa do Ibope Media confirmou a queda do faturamento em anúncios publicitários nas TVs, jornais, revistas e rádios. No primeiro semestre de 2015, a redução foi de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Keila Jimenez, foi a primeira a postar no site R7: “Além de ser alvo de críticas nas redes sociais, a nova aposta matinal da TV Globo, o ‘É de Casa’, fez a audiência da emissora cair. A estreia do programa marcou cinco pontos de média na Grande São Paulo, segundo medição prévia do Ibope. O SBT ficou em primeiro lugar no horário, com 6 pontos. Além de perder para a emissora de Silvio Santos, o novo programa derrubou o Ibope da Globo em seu horário, na comparação com o sábado anterior. Na semana passada, a média de audiência da Globo foi de 8 pontos… Nas redes sociais, o público reclamou da confusão de apresentadores e da falta de relevância dos assuntos comentados”.
O site de entretenimento da Folha, o F5, teve vários comentários sobre o fiasco global. “A estreia do novo programa matinal da TV Globo, ‘É de Casa’, não precisou de muitos minutos para se tornar logo o tema mais comentado do Twitter, mas isso não foi exatamente bom. Em seu primeiro programa, os seis apresentadores (Ana Furtado, André Marques, Cissa Guimarães, Patrícia Poeta, Tiago Leifert e Zeca Camargo) se revezaram em vários temas lights pelos diversos cômodos da casa… No Twitter, o nome do programa ficou a manhã inteira como o principal tópico. No entanto, poucos foram os internautas que elogiaram a novidade. A maioria entrou na internet para criticar o estilo do programa, opinar sobre o entrosamento dos apresentadores e, em tom de escracho, pedir a volta da ‘TV Globinho’. Sobrou até para Boninho”.
Já na sexta-feira, a reprise do capítulo final da novela “O Rei do Gado”, produzida em 1996, superou a audiência do “Jornal Nacional”. Ela marcou 20,1 pontos no Ibope, enquanto o telejornal ficou novamente abaixo dos vinte pontos (19,8) – o que é trágico para Ali Kamel, o diretor de jornalismo da TV Globo, responsável maior pela queda constante de audiência do JN. O site “Notícias da TV” deu destaque para a queda de audiência do programa apresentado por William Bonner. A página especializada em televisão há muito tempo acompanha a lenta agonia do JN, que já chegou a invadir as telinhas de maioria dos lares brasileiros e atualmente empacou nos “míseros” 20 pontos do Ibope.