Morte de roqueiro é sempre um prato mórbido cheio para o noticiário sensacionalista (e, nesse momento, qual não é?). As fotos do corpo de Champignon, o baixista do Charlie Brown Jr, são exibidas em todos os portais e programas de fofoca da TV. São aquelas imagens chocantes que nem criança nem adulto deveriam ver. Um corpo em um saco preto sendo carregado pelos bombeiros. E detalhes, muitos detalhes mórbidos que não acrescentam nada a ninguém. Só atiçam nosso espírito sadomasoquista e cruel.
A morte de Chorão, em março, já foi “invadida” de todas as maneiras. As fotos do apartamento destruído, de um cenário de desespero foram exibidas para quem quisesse ver. Nada, nada foi poupado. Quem queria comer sangue pôde se fartar. O mesmo acontece hoje. E a história fica ainda mais escabrosa para quem gosta de filme de terror da realidade. “Mas Champignon era companheiro de banda de Chorão? Seria essa banda amaldiçoada?”. “Seriam todos drogados, acabados, vivendo em antros de sexo, drogas e rock’n’roll?”
Desde que o rock é rock o mundo adora esse tipo de história. A indústria de celebridades e fofocas só piorou (e muito) tudo isso. O corpo dos heróis que morreram de overdose, ou suicídio, não importa, não são poupados. Assim como todos os detalhes horríveis. A dor da família. A esposa grávida. A irmã indo reconhecer o corpo no IML. Para quem gosta de terror, é só acompanhar o noticiário. Julgar o rapaz. E dormir em paz no fim do dia pensando: ainda bem que não foi comigo.
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