Jô Soares voltou ao ar nesta segunda-feira (28) para a última temporada da atração que leva o seu nome na TV Globo. Juntando sua passagem pelo SBT (onde ficou entre 1988 e 1999), o humorista terá somado 28 anos à frente de programas de entrevistas. O apresentador entrou dançando no cenário e, rouco, não escondeu o nervosismo.
“Que alegria estar novamente com vocês! Estou nervoso, gente. Isso não me acontece há tanto tempo. Mas é um prazer estar com vocês aqui, com vocês em casa”, iniciou Jô. Em seguida, o humorista brincou com o seu quarteto demúsicos (que até o ano passado eram seis membros) e com seu bartender, além de agradecer a equipe de produção. “É um reencontro que sempre me dá muita alegria. E eu estou, obviamente, muito emocionado”, completou arrancando aplausos do auditório.
“É um programa que não existiria sem a plateia. Essa foi a grande exigência que fiz na hora de assinar (o contrato). Posso abrir mão de tudo: menos da plateia, que dá vida a todo artista”, afirmou Jô, lembrando que realizou 14.138 entrevistas desde 1988, quando estreou o “Jô Soares Onze e Meia” (SBT). “Haja bunda no sofá!”, ironizou.
‘Sempre tive liberdade’, garantiu
Depois, o apresentador que perdeu o filho, Rafael, em 2014, falou das entrevistas de cunho político. “Sempre tive liberdade para demostrar todas as tendências políticas. Nunca deixei de entrevistar um presidente deste ou daquele partido. Quando entrevistei a Dilma (Rousseff) me chamaram de petista. Quando entrevistei o Fernando Henrique (Cardoso) virei PSDB. Então eu sou ‘coxista’, metade coxinha, metade petista”, brincou ele, que jáprometeu abordar a polêmica do impeachment nessa temporada.
“Lula veio ao programa 13 vezes, Fernando Henrique dez vezes. Acho que essa é a melhor prova de imparcialidade”, pontuou ele, cuja casa foi pichada após conversar na TV com a presidente. “Posso dizer que o programa foi, durante todo esse tempo que esteve no ar, um palco onde se discutiu a diversidade política, científica e cultural do nosso país e, muitas vezes, do mundo. Pelo sofá passaram seis prêmios Nobel. Mas, para mim, o mais importante, foi a descoberta de alguns artistas e conversar com alguns dos grandes agentes anônimos do povo brasileiro – aqueles personagens que sempre me emocionam, que fazem você rir, fazem você chorar, porque você se identifica e se emociona”, acrescentou.
Em seu retorno das férias, Jô entrevistou Marina Silva e o jurista Ives Gandra Martins. No encerramento, voltou a se dirigir ao público. “Obrigado por essa noite tão especial mesmo. É uma coisa de renascimento!”, afirmou o humorista dando o tradicional beijo do gordo.