Povoadores que chegaram no século XIX

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Pesquisa de José Olinto Xavier da Gama no Arquivo Público Mineiro

Após o povoamento pelo bandeirante Pedro Bueno Cacunda, seus descendentes continuaram na região conforme dados de Registro de Terras da Freguezia de Abre Campo em 1855/56, onde o povoador Antônio Dutra de Carvalho, declarou ter comprado terras dos Bueno Cacunda (Serra da Jibota ou Campos do Caparaó). Voltando ao período das explorações de Pedro Bueno Cacunda, ficaram na região poucas pessoas que se atreveram a enfrentar as dificuldades como falta de estradas, ataques de índios, apesar das riquezas do Vale do Manhuassu.

Com a passagem da Estrada Real, iniciada em 1812 em Vitória, ligando a mesma a Vila Rica, atual Ouro Preto na capitania de Minas Gerais, sendo que a mesma passou conforme carta do Governador da Província do Espírito Santo, Bernardo Rubim em nossa região em 1817,quando encontrou no Rio São Luiz com os construtores vindos de Vila Rica, um dos construtores desta estrada foi João Fernandes de Lana, pai do sertanista Domingos Fernandes de Lana responsável pela pacificação dos índios puris e estabelecimento de trocas de mercadorias com os índios.

A partir da vinda do sertanista Domingos Fernandes de Lana, depois de 1820, houve um maior entrosamento com os indígenas, com isto foi incentivado à ocupação de áreas sem proprietários por novas pessoas. Um livro onde foi feito o primeiro registro de terras da região realizado na Freguezia de Abre Campo, está arquivado no Arquivo Publico Mineiro.

As pessoas que já ocupavam terras iam à Freguezia ou Paróquia e declaravam possuidores de tantos alqueires de milho, feijão, pastagens, capoeiras etc. Nesta época segundo documentos do Almanak Civil Administrativo constava que a margem do Rio Manhuassu, onde está o centro da cidade, pertencia a província do Espírito Santo, como não foi ocupada pelos mesmos, houve uma Mineiralização da área, e quando acordaram criando o Distrito de Santa Cruz do Rio Pardo, atual Iúna, já era tarde demais.

O inicio da Ocupação foi com a vinda destes povoadores do século XIX; consultando o mesmo livro, vimos que os nomes deles eram: LUIS NUNES DE CARVALHO (Guarda Môr), natural de Catas Altas da Noruega, filho de José Nunes de Carvalho e Thereza Maria De Jesus, descendente da família Souza Lima, a mesma do fundador de Santa Margarida, Padre Bento de Souza Lima. Luís se estabeleceu inicialmente em Ponte Nova, depois Abre Campo, posteriormente com o incentivo dado às pessoas de origem mineira para ocupação de terras no Vale do Manhuassu, estabeleceu-se na Pedra Branca e margens do Ribeirão São Luis, por volta de 1850, sendo encontrado no Registro de terras da Freguezia de Santana

(Abre Campo) em 1853, o registro de sua propriedade na Pedra Branca, bem próximo da atual sede do município.

NICACIO BRUM DA SILVEIRA , foi o Curador dos índios Puris na época da criação do aldeamento na Ponte da Aldeia, no livro de registro de terras da Freguezia de Santana (Abre Campo), encontramos um registro de suas terras em 1856, “Eu Nicácio Brum da Silveira, possuo nesta freguezia de Abre Campo, no lugar denominado “Paraiso”, trinta alqueires de terras, com divisas, ao nascente com terras de Dona Mariana Carlotina da Rocha e Francisco Moreira Bastos, para poente com Vitoriano Ferreira de tal e para o norte com terras de Severino de Abreu Silva e José Lopes”. Possuía terrenos também em Abre Campo e Santa Margarida. Obs.: Mariana Carlotina da Silva era casada com Domingos Fernandes de Lana acreditamos que estes terrenos seriam entre o atual município de Manhuassu e Matipó.

ADÃO MARIANO DE OLIVEIRA : Declaro possuir em 12/11/1856, terrenos na vertente do rio Manhuassu, no local denominado “Vista Alegre”, com cinquenta alqueires de terras de cultura, dividindo com terras de Joaquim Leandro Gonçalves, à jusante do rio, abrangendo até suas vertentes.

Página 8 da edição 160 do Jornal das Montanhas – Continua na próxima edição.

 

 

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