Por Devair Guimarães de Oliveira
A coluna História das Histórias dessa quinzena homenageia Benoni da Paixão de 71 anos, nascido em 12 de abril de 1940, casado com Dulcinea Antônia da Paixão, pai de três filhos Emerson Luiz da Paixão, Neilor Carlos da Paixão, Chardson Roberto da Paixão e uma netinha Zarah filha de Emerson. Benoni começou a trabalhar na roça com 7 anos e aos 29 anos, muda do Distrito de São Pedro do Avaí para a sede do município Manhuaçu e ingressa no Hospital Cesar Leite tendo uma carreira vitoriosa sendo o funcionário mais bem preparado de sua época.
“Começo dizendo que fui o primeiro funcionário do Hospital Cesar Leite a fazer um curso técnico pelo Instituto Científico Químico do Rio de Janeiro, curso por correspondência. Posteriormente por causa desse aprendizado que tive outros testes, cursos técnicos, estágio no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, fui considerado por alguns médicos como o enfermeiro mais capacitado do HCL. Três fatos importantes marcaram minha vida. Ninguém sabia por que ele estava tendo convulsão, o paciente havia dado entrada no HCL com traumatismo craniano, parecia que estava tudo bem. O médico achou que o paciente estava bem e deu alta, na rua ele sofreu uma convulsão, os médicos consultaram o relatório que fiz onde constava temperatura, pressão arterial, batimentos cardíacos e ele foi transferido para Belo Horizonte a tempo de se recuperar.
Outro caso foi uma transfusão de sangue, naquela época não tinha o Hemominas, então o sangue era aplicado de qualquer maneira; houve uma incompatibilidade e a pressão do paciente foi para 22/12, temperatura 40, encalombou todo e a gente não encontrava o médico, então eu tive a audácia de pegar três injeções que eu sabia que ele tinha que tomar, retirei o sangue da veia dele e apliquei as injeções. Depois de quatro horas eu consegui falar com o médico pedi a ele que, pelo amor de Deus, fosse ao hospital; ele perguntou porque e eu falei que era para receitar o remédio que eu havia aplicado, ele falou “você ficou doido?”eu disse não, o Senhor só vai saber quando chegar aqui no hospital. Quando ele chegou ao hospital pediu que eu retirasse o sangue da veia e eu disse que já havia retirado, aí a mulher do homem falou “se não fosse esse enfermeiro meu marido estaria morto”. O médico só olhou para mim e falou “eu sei que ele é competente”. O terceiro caso que também marcou minha trajetória na enfermagem foi um paciente que estava se preparando clinicamente para ter a perna amputada, eu cheguei perto do médico e falei “o senhor podia receitar Fibrase e Rifocina para eu curar a perna do senhor Olimpo”; ele perguntou “você acha que eu acredito?” eu falei “acho” aí ele suspendeu a cirurgia e eu comecei a fazer os curativos com uma técnica que eu havia aprendido lá no Hospital Das Clínicas em Belo Horizonte, comecei a fazer os curativos e com cinco dias ele pediu que eu retirasse as faixas, olhou e já estava quase bom. Daí mais três dias pediu para olhar de novo e daí a poucos dias liberou o paciente; e depois de vinte anos a filha dele me procurou para mostrar que tinha colocado o meu nome no filho dela e mostrar que o pai dela depois de vinte anos ainda estava bem”.
Benoni da Paixão nascido em 12 de abril de 1940 no Distrito de São Pedro do Avaí Município de Manhuaçu. É casado, tem três filhos. Sua trajetória profissional começou aos 07 anos na zona rural, onde teve uma carreira vitoriosa, durante 37 anos. 12 anos de enfermagem e 25 anos no Departamento de faturamento. Foi o primeiro funcionário a ter um curso Técnico de Enfermagem, no período de junho de 1971 a abril de 1972. Durante dez anos fez parte de movimento de igreja , começou a fazer grupo de cantores da Igreja em outubro de 1957 e permanece até hoje, participou do Coral da Igreja São Lourenço mais de 30 anos.
Como líder comunitário; começou em novembro de 1987 na Associação do Bairro São Vicente, e em 1988 participou do primeiro Congresso da FAMEM, sendo um dos fundadores da Famemg.
Conselho de Saúde; começou em fevereiro de 1991 a participar de Conferências Municipais, Estaduais e Nacionais, fez parte do Conselho Estadual e Comissão de 1997 a 2001. Em 1992 na 9ª Conferência Nacional de Saúde foi destaque, e foi eleito como o representante na Comissão Nacional de Mobilização Popular e Municipalização da Saúde, cada estado teve um representante durante 4 anos, Em 1993 foi contratado para fazer palestra em Betim pela Escola de Minas e posteriormente esteve em outras cidades como Juiz de Fora, Itabira, Timóteo, Vermelho Novo e outras.
A coluna História das Histórias de Manhuaçu é uma das melhores reportagem que eu vi, isso deveria ser feito por todas as autoridades conheço o Benoní e é muito bom a gente receber homenagem em vida. Quantas pessoas vive fazendo história e só são lembradas depois que não está mais aqui.
MM Pedrosa
Pessoa adorável! Tive a honra e o prazer em conhecer parte da família dessa pessoa única e querida que é o Senhor Benoni. Saudade de todos. Parabéns pelo exemplo que és para nós enquanto cidadão, chefe de família e amigo.
EU FUI ADOTADO POR UM CASAL DE ITALIANOS,QUE MORAVA EM FRENTE O ESTADIO DE FUTEBOL AI EM MANHUAÇU MOREI NA CASA DELES UNS 10 ANOS DA MINHA VIDA ,O NOME DESTE CASAL SE CHAMAVA EUGENIO PAZZELI,E DONA CELINA PAZZEELI, O SR EUGENIO ERA FUNCIONARIO DO HOSPITAL AI DA CIDADE,HOJE MORO EM BRASILIA,,,