NOSSO MUNICÍPIO
HISTÓRICO – O cidadão Francisco Ferreira Maciel Laia, pelos idos de 1826, embrenhara-se pela densa mataria existente às margens do rio Casca, enfrentando mil perigos, a cata de terras onde se fixaria. Dessa maneira, apossou-se de enorme extensão territorial, onde hoje se localiza uma importante fazenda. Em 1837, Francisco Ferreira Maciel Laia vendia ao Furriel Ângelo Vieira de Souza o direito de posse e propriedade que adquirira por concessão.Em 1842, o furriel Ângelo comprou a Silveira Barbosa a posse das terras marginais ao córrego das Duas Barras e doou 40 alqueires das mesmas para o patrimônio do futuro povoado. Com o auxílio de Laia e seus amigos, construiu uma pequena capela, cercada de taquara e coberta de palha dos arraiais. Construíra, também, o cemitério. Pouco mais tarde a capela foi elevada à cotegoria de curato, filiado à freguesia de Barra Longa e em tôrno dela se eregiu o povoado. Deve-se, ainda, à visão do Furriel Ângelo o quase perfeito traçado do povoado, com ruas retas e praças simétricamente dispostas. Conta-se que ele mesmo escolhia os lugares onde seriam construídas as novas casas, traçando com sua bengala o alinhamento. Por algum tempo o arraial foi conhecido por Bicudos, devido ao órgão nasal bastante grande do Furriel Ângelo e de seus descendentes. Recebeu o seu atual nome – Rio Casca – por influência do rio do mesmo nome que banha suas terras (Rio das Cascas – exuberância de cascas).
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA.
O distrito de Nossa Senhora da Conceição do Casca foi criado pela Lei provincial nº 867, de 14 de maio de 1858, confirmada pela Lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891. Em cumprimento à Lei estadual nº 556, de 30 de agosto de 1911, o mencionado distrito passou a dessignar-se Rio Casca. Ainda por efeito dessa Lei, criou-se o município de Rio Casca, com território desmembrado de Ponte Nova. Segundo a divisão administrativa de 1911, o município, cuja instalação se verificou a 01 de junho de 1912, compunha-se de 3 distritos: Rio Casca, São Pedro dos Ferros e São Sebastião de Entre Rios. A Lei estadual nº 663, de 18 de setembro de 1915, elevou à categoria de sede o município de Rio Casca, que nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-X-1920 permanece constituído pelos três distritos já citados. Pelo disposto na Lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923, o município perdeu para o de Matipó, recém-criado, o distrito de Matipó (antigo São Sebastião de Entre Rios), tendo adquirido, em troca, o de Santo Antônio do Grama, do município de Abre Campo. Ainda por força dessa Lei, o município de Rio Casca passou a abranger o novo distrito de Jurumirim, constituído com parte de seu território-sede. Assim, na divisão administrativa do Estado, fixada pela referida Lei estadual nº 843, Rio Casca figura subdividido em 4 distritos: o da sede (antigo Conceição do Casca), e os de Jurumirim, Santo Antônio do Grama e São Pedro dos Ferros. Dá-se o mesmo no anexo ao Decreto-lei estadual nº 88, de 30 de março de 1938, assim continuando na divisão judiciário-administrativa do estado, vigente no quinqüênio 1939-1943, e estatuída pelo Decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938.Em virtude do Decreto-lei estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, perdeu o distrito de São Pedro dos Ferros, que elevou à categoria de município. Dessa maneira, no quinqüênio 1944-1948, o município compunha-se de três distritos: Rio Casca, Jurumirim e Santo Antônio do Grama. a Lei estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, que estabeleceu a divisão judiciária e administrativa no quinqüênio 1949-1953 manteve a mesma composição distrital, alterada pela Lei nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, que fixou os quadros da divisão judiciária e administrativa em vigência no quinqüênio 1954-1958, quando perdeu o distrito de Santo Antônio do Grama, elevado a município.A comarca de Rio Casca foi criada pela Lei estadual nº 879, de 24 de janeiro de 1925, e instalada a 01 de janeiro do ano seguinte. Conforme o anexo ao Decreto-lei estadual nº 88, de 30 de março de 1938, e a divisão judiciário-administrativa do Estado, vigente em 1939-1943, e estabelecida pelo Decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, o município de Rio Casca é termo judiciário único da comarca de igual denominação. De acordo com a divisão territorial do Estado, em vigor no quinqüênio 1944-1948, e fixada pelo Decreto-lei estadual nº 1.058, de 31 de dezembro d 1943, a comarca de Rio Casca permanece composta somente pelo termo-sede, a que se jurisdicionam dois municípios: Rio Casca e São Pedro dos Ferros. De acordo com a Lei nº 1.035, Santo Antônio do Grama passou a subordnar-se ao termo e comarca de Rio Casca.
LOCALIZAÇÃO – O município situa-se na região sudeste, mesorregião Zona da Mata e microrregião Ponte Nova. A posição geográfia é determinada pelas coordenadas geográficas latitude -20º 13′ 34″ S e longitude -42º 39′ 03″ W Gr.A área territorial é de 384 km2, e a sede municipal a 333 metros de altitude.O aspecto geral de seu território é montanhoso, e banha o município os rios Casca e Doce.
POPULAÇÃO – O município atualmente possui o quantitativo de 14.496 habitantes, definido pela Contagem da População de 2007.
LIMITES – O município atualmente limita-se com os seguintes municípios: Abre Campo, Piedade de Ponte Nova, Santa Cruz do Escalvado, Santo Antônio do Grama, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, São Pedro dos Ferros, Sem-Peixe e Urucânia.Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – IBGE Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
A CONGADA EM RIO CASCA
Após a abolição da escravatura em 1888, os negros que aqui permaneceram começaram a manifestar sua crenças e cultos religiosos mais livremente e com a participação de toda a população do antigo distrito de “Bicudos”.
Assim surgiram manifestações culturais tais como a CONGADA, que representa a coroação de antigos reis do Congo. As cerimônias constumavam acontecer na igreja matriz, mas com homenagens dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros.
Até a metade do século XX, Rio Casca possuía um grupo de congadeiros que preservavam a tradição mantendo os rituais com encenações e apresentações durante as chamadas “Festas do Rosário”, porém, devido à migração dos seus componentes em busca de trabalho nos grandes centros provocou a sua extinção.
No início de década de 60, um descendente dos coordenadores do extinto grupo, popularmente conhecido como “Sr. Ataíde” conseguiu reunir novos adeptos do tradicional folguedo criando assim outro grupo de congadeiros que juntamente com a grande matriarca dos negros da região, “Dona Fia” preservou a tradição e permaneceu em atividade até aproximadamente 1980, ficando inserido no folclore de Rio Casca.
A CONSTRUÇÃO DA MATRIZ
No ano de 1916 é assinado o contrato para a construção da nova matriz e demolida no dia 1 de outubro de 1916 a antiga, e assim diz o jornal: -É preciso que nós unidos comungamos o mesmo ideal, trabalharemos pela construção da nossa matriz, é preciso destacar com carinho e orgulho a participação do Sr. Egídio Antônio Eugênio na construção deste magnífico templo católico de Rio Casca.
Os jornais de 1916 a 1918, destacam a vida católica do Sr. Egídio e sua participação na construção da matriz, hora ajudando o vigário Padre Antônio Ribeiro Pinto, hora fazendo parte da comissão formada por:
» Padre Antônio Ribeiro Pinto;
» Dr. José Cupertino Teixeira Fontes, tesoureiro;
» Egídio Antônio Eugênio;
» Antônio José de Miranda;
» Américo Vieira de Souza Rabello;
» Domingos Cupertino Teixeira Fontes;
» José Ribeiro da Costa;
Esta comissão sorteava aos domingos promissórias no valor de 10.000$ à 100$ aos católicos que eram pagos de 8 vezes para a construção da Matriz, que eram pagos religiosamente no dia marcado pelo vigário.
A ESTRADA DE FERRO LEOPOLDINA
A SERENATA DO CÔNEGO SCOTT
O ANTIGO CORETO DE RIO CASCA
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DA FERROVIA PONTE NOVA À BICUDOS
O Furriel Ângelo era um predestinado à imortalidade
No dia 14 de junho de 2009, foi celebrado o centenário do falecimento do ilustre mineiro Affonso Augusto Moreira Pena, cujos restos mortais retornam à sua cidade natal Santa Bárbara, situada nos costados da Serra do Caraça, onde também houve todo o translado de todos os elementos integrativos do mausoléu presidencial, colunas de mármore de carrara e uma estátua feminina que derramada sobre o túmulo, representa o povo brasileiro. O teto, transparente tinha as cores da bandeira do Brasil, com o bater do sol, refletia as estrelas sobre o túmulo, obra esta do escultor Italiano Rodolfo Bernadelli, o mesmo que fez a estátua que ornamenta o prédio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e que dirigiu a Escola de Belas Artes (conforme o jornal “Estado de Minas” de 06 de março de 2009, coluna escrita pelo Dr. José Anchieta da Silva, presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais).
No dia 25 de maio de 1924, conforme o jornal “O Rio Casca”, diversos elementos representativos do município de Rio Casca pensaram em erigir nesta cidade, na praça que dá o seu nome, uma herma à memória do saudoso Furriel Ângelo Vieira de Souza, o fundador do arraial de Bicudos, hoje cidade de Rio Casca.
No dia 20 de julho de 1924, o jornal de Rio Casca destaca a noticia de que no dia 5 do corrente, reuniu-se no edifício da câmara municipal a comissão executiva que tem à seu cargo todos os trabalhos do grandioso movimento cívico, sendo então tomadas várias deliberações pelo Dr. Jarbas Sertório, foi nessa ocasião, apresentada a miniatura da herma que vai ser esculpida pelo notável escultor Rodolfo Bernadelli e se assentará sobre um rico pedestal de mármore de Petrópolis.
A maquete que produz muito bem os traços fisionômicos do grande morto esteve por vários dias exposta em uma das vitrines da casa comercial do Sr. Cristóvão e Irmãos nesta cidade.
O orçamento da herma e acessórios montou aproximadamente trinta conto de reis ficando assentado que todos os membros da família Vieira concorreriam com a importância correspondente a dois décimos de seus valores prováveis para auxiliar o pagamento da quantia orçada. Foi escolhido o Dr. Benjamin Vieira Coelho orador oficial dos festejos.
No jornal “O Rio Casca” de 17 de agosto de 1924, a comissão executiva da herma de Furriel Ângelo Vieira de Souza destaca a força e o civismo da Família Vieira arrecadando a quantia necessária para o grande festejo de homenagem ao nosso fundador.
No dia 19 de julho de 1925, “O Rio Casca” destacava a inauguração da herma de Furriel Ângelo Vieira de Souza, a cidade em festa.
A alma popular de Rio Casca vibrou intensamente em meio de alegria espiritual sadia por ocasião de se inaugurar na Praça Furriel Ângelo, nesta cidade, a herma que o povo mandou erigir em memória daquele saudoso varão.
O Furriel era um predestinado à imortalidade, a programação foi intensa neste dia, destacando a chegada do Especial. A missa campal, a inauguração, fala dos oradores oficiais Dr. Benjamin Vieira Coelho, Dr. Modesto Alves Pereira de Mello, antigo presidente da Assembléia Fluminense, Sr. Edward Leão, representando Raul Soares, e o acadêmico Dr. José Miranda Chaves, todos eles oradores referindo carinhosamente à memória de Furriel Ângelo teceram elogios ao patriarca de seu tempo a um ídolo das gerações vindouras. É preciso destacar que a Botelho FIlm, enviou à nossa cidade dois operadores que filmaram diversos objetos da festa. O nosso fundador Furriel Ângelo Vieira de Souza teve em nossa cidade as mais relevantes homenagens, sendo que seu busto foi esculpido pelo notável escultor italiano de renome internacional Rodolfo Bernadelli, o mesmo que esculpiu o mausoléu do ilustre Presidente Affonso Augusto Moreira Penna, hoje descansando em sua cidade natal Santa Bárbara.
VOVÓ JOANA E O CAVALINHO
Com a criação das escolas de samba do Rio de Janeiro apareceram as alegorias com bonecos grandes e estilizados, inspirando assim dois foliões riocasquenses que criaram também, não uma escola de samba, mas sim uma alegoria representando as negras rechonchudas e festeiras que por aqui permaneceram após a Abolição da Escravatura.
Foi no carnaval de 1932, que os senhores Orly Cabrita e Zé de Sá Joana apresentaram sua criação. Uma grande boneca preta conduzida por um folião que fica camuflado dentro dela rodopiando pelas ruas ao som da batucada.
Esta grande boneca foi construída de uma espécie de bambu, ou seja, a taquara trançada dando forma ao corpo da boneca; a cabeça retrata o rosto com grandes bochechas , sempre pintados, um lenço na cabeça, vários adornos como brincos e argolas, batom em cor vermelha nos lábios destacados e um colar no pescoço; os braços e mãos eram feitos de pano preto e recheados com paina de taboa, o figurino é constituído de um vestido bem rodado, sempre muito colorido com rendas na borda.
A grande boneca recebeu o nome carinhoso de Vovó Joana como uma referência à avó de um dos seus criadores o Sr. Zé de Sá Joana.
Devido ao grande sucesso da boneca Vovó Joana, no carnaval seguinte, ela teve que desfilar pelas ruas da cidade durante a folia, protegida por um grupo de pessoas, para que um tropeço na multidão que a assediava, não provocasse uma queda ao chão.
Mais uma vez a criatividade dos foliões da época liderados pelos senhores Orly Cabrita e Zé de Sá Joana, se manifesta através da construção de um cavalinho também confeccionado de taquara trançada e com uma cabeça estilizada, feita com pano e recheado com paina de taboa, barbante, cordas e também conduzido por um folião fantasiado e com chicote e outros adornos.
Este cavalinho é pendurado nos ombros do folião através de alças camufladas permitindo movimentos semelhantes ao de um vaqueiro. O cavalinho que logo passou a fazer o mesmo sucesso da boneca tinha a finalidade de proteger a Vovó Joana do assédio dos foliões durante os desfiles, evitando acidentes pois o folião que conduz a boneca preta conta apenas com um pequeno orifício localizado na barriga dela para enxergar o caminho.
Desta maneira o cavalinho foi inserido no contexto formando o conjunto Vovó Joana e o Cavalinho, a maior referência do carnaval riocasquense.
A Vovó Joana e o Cavalinho transformaram-se em uma tradição, devido a presença constante no carnaval de Rio Casca, mantendo um calendário e trajeto durante 70 anos, cativando assim outras gerações. Como apontamentos para a história devem ser registrados nomes de pessoas que estão diretamente relacionados com a Vovó Joana e o Cavalinho, como Zé Sabino, José Líbio dos Santos (Libinho), Zé Bicalho, Batom, Mumunde, dentre outros.
Conforme trabalho de pesquisa, durante os 75 anos da Vovó Joana e o Cavalinho, foram construídos 6 bonecos com diferentes materiais, como ferro, cimento, gesso, fibras, mas sempre conservando suas características iniciais.
A ARCA – Associação de Amigos de Rio Casca possui uma destas peças, uma grande boneca preta e o cavalinho, construída em 1986 que se encontra em sua sede localizada à Praça Dr. João Camilo, 20 – Centro, antiga Estação Ferroviária, em exposição para a apreciação pública.(FONTE: GLÁUCIO BATISTA VIEIRA -( GULAU)
A CHEGADA DOS SCHETTINI
Após alguns anos chegou a Rio Casca outros caldeireiros da família Schettini Nobili, dois irmãos italianos que aqui chegaram em 1915 onde pagaram seu primeiro imposto de 15$000, eram trabalhadores, e amigos do Sr. Egídio. Talvez haja uma ligação entre eles para virem para a mesma cidade.
Os Schettini ficaram por aqui até 1932, onde juntaram muito dinheiro, e realizaram o sonho dos imigrantes de voltar para a Itália, ricos e cheios de história para contar aos italianos. Ao partirem deixaram na antiga casa da senhora Lozita de Ló, toda a sucata que ao longo dos tempos foram juntando pelas fazendas e serviços, como tachos, bacias, alambiques e outras peças.
Ao entregarem a casa à dona Lozita, ela na época procurou o jovem Zequinha, filho de Chiquinho e lhe fez uma proposta de trocar todo aquele material depositado naquela casa que se encontrava entulhado por duas cafeteiras de metal, peças que eram feitas por Zequinha latoeiro com grande perfeição.
A proposta foi aceita e assim foi convocado o seu irmão Sebastião e alguns primos para limpar a casa de dona Lozita.
Levaram uma semana para carregar todo o material de cobre, que lhe rendeu um bom lucro e muito serviço, durante muito tempo trabalhou com o cobre dos Schettini, que ao chegarem à Itália ficaram pobres, perderam todo o seu dinheiro, um de seus filhos regressou ao Brasil, mas morou na cidade de Muriaé conforme noticias, ao partirem para a Itália despediram do Sr. Egídio, na época foi realizada uma grande festa.
Os italianos em Rio Casca ou Bicudos conforme noticias e crônicas deixaram belas histórias.
EYER NOGUEIRA
Com o término da construção da Rodovia BR-4 (Rio – Bahia) previsto para fins de 1963, e a autorização pelo Governo Federal (final de 1962) para a implantação e pavimentação da BR-31 (hoje BR 262), foi criada uma Comissão Especial para fiscalização das obras, que seria feita pelo 17º D.R.F do DNER com sede em Vitória/ES.
Para tal, foram criados três Escritórios de Fiscalização, denominados “E.F”, sendo dois no Espírito Santo e um em Minas Gerais.
O Escritório de Fiscalização mineiro, denominado EF/3, que após a Revolução Militar passou a se chamar EF-6/9 (controlado pelo 6º DRF/MG), seria instalado entre a divisa ES/MG (Pequiá) e Monlevade, extremos do trecho mineiro da BR-31 (BR-262), e para chefiar a Fiscalização deste trecho foi nomeado pelo Governo Federal, o Engenheiro Elvézio Antunes de Carvalho, na época, Engenheiro Supervisor de Fiscalização das Obras da Rio – Bahia (BR-4), que estavam em fase final.
Eyer Nogueira trabalhava na residência 6/5 do DNER, em Belo Horizonte, onde residia com a família, e foi convidado por Dr. Elvézio para ser seu Secretário Particular, e nesta transição (fim das obras da BR-4 e inicio das obras da BR-31) seria o articulador para a instalação do Escritório Geral de Fiscalização das Obras de Construção da rodovia, que poderia ser em Manhuaçú (Realeza), pois já possuía toda a infra-estrutura necessária herdada das obras da Rio – Bahia, ou então Abre Campo (ponto estratégico por ser o centro de gravidade dos sub-trechos a serem construídos).
O trecho a ser fiscalizado foi dividido da seguinte maneira:
a) Construtora Baurú Ltda
Km 194,0 (divisa ES/MG) ao Km 224,0 (Reduto);
b) Etege S/A
Km 224,0 (Reduto) ao Km 247,0 (Realeza);
c) Construtora Andrade Gutierrez S/A
Km 247,0 (Realeza) ao Km 279,5 (Pouso Alto) e
Km 354,0 (Macuco) ao Km 296,0 (Monlevade);
d) Construtora Rabello S/A
Km 279,5 (Pouso Alto) ao Km 354,0 (Macuco)
Partindo de Belo Horizonte, juntamente com seu filho Carlinhos Nogueira (então com 17 anos) e que o auxiliaria como Datilógrafo, Eyer Nogueira passando pelo trajeto que havia na época (BH – Ouro Preto – Ponte Nova – Rio Casca – Abre Campo – Realeza – Manhuaçu), pernoitaram em Rio Casca, conhecendo alguns cidadãos riocasquenses, entre eles Geraldo Starling e José Vieira Batista, que o levaram ao Automóvel Clube de Rio Casca, onde ali entre muitos assuntos, surgiu o das Obras da BR/31 (hoje BR-262) e a conseqüente definição para a instalação da futura sede do EF/3 (depois EF 6/9 e R 6/16), que junto, devido a necessidade de apoio emergencial a Fiscalização, teria de ser instalado o acampamento de uma das firmas contratadas pela obra.
Vislumbrando benefícios futuros que poderiam ser conseguidos com a vinda do DNER e de uma grande empresa, estas pessoas convidaram Eyer Nogueira a permanecer no dia seguinte para conhecer a cidade, quando então lhe solicitaram ajuda no sentido de convencer Dr. Elvézio (Chefe Geral) para optar por Rio Casca como sede do EF/3-DNER, e se dispuseram, caso positivo, criar facilidades para tal.
Saindo de Rio Casca, Eyer Nogueira, passou em Abre Campo e posteriormente em Realeza, e concluindo seu relatório, reuniu-se com Dr. Elvézio, onde então lhe narrou o acontecimento em Rio Casca e conseguiu convencê-lo a se reunir com o prefeito Municipal de Rio Casca e a comissão o acolhera.
Nesta reunião foi oferecido como doação o terreno e o imóvel para a futura sede do EF/3-DNER, bem como a área para provável acampamento de uma das firmas executoras da obra, que por determinação teria que ser instalada junto com o escritório de fiscalização do DNER.
Devido a escassez de ofertas de imóveis residenciais na época eles garantiram “a priori” moradas para as família de Dr. Elvézio, Eyer Nogueira e prováveis chefes de serviço.
Após a reunião, Dr. Elvézio juntamente com seu secretário Eyer Nogueira analisou as três opções (Realeza – Abre Campo – Rio Casca) e decidiu que a sede do EF/3 seria instalada em Rio Casca, e com isso traria junto a construtora Rabello S/A, que teria seu acampamento instalado na Selafunda (terreno de Dr. Ruy Lopes Teixeira) local onde esta projetada a diretriz (eixo) da Rodovia BR-3 (hoje BR262).
Este conjunto de fatos narrados propiciou mudanças radicais na vida de Eyer Nogueira e do município de Rio Casca.
a) O município de Rio Casca com a vinda do DNER e da Construtora Rabello S/A, teve um grande impulso em seu desenvolvimento socioeconômico e anos mais tarde, com sua pavimentação a BR 262 que atravessaria a Rio – Bahia em Realeza, tornou-se a maior via de escoamento do país na época, ficando Rio Casca ligada pelo “asfalto” a 4 grandes capitais brasileiras (Belo Horizonte, Vitória, Salvador e Rio de Janeiro) alem de outras grandes cidades.
b) Com este seu primeiro ato em benefício de Rio Casca, Eyer Nogueira veio juntamente com sua esposa e 9 filhos morar em Rio Casca, e abraçando a cidade, adotou-a como sua segunda terra natal (era natural de Mateus Leme), e a partir daí sempre defendeu quando era necessário, os interesses do município de seu povo junto ao DNER, e ao meio em que ele atuava, pois logo depois veio um período crítico para todos com a Revolução de 1964 e a Ditadura Militar.
Mas como sempre abençoado por Deus, ele veio a se tornar uma grande arma para se atingir esses benefícios, pois o DNER neste período não fora ainda atingido pela “Obstrução e Censura Militar, e ele tinha do Chefe do DNER (Dr. Elvezio), plena confiança e autonomia para decisões na esfera Administrativa do Órgão Federal.
Com a mudança de Prefeito em Janeiro/1967, Eyer Nogueira, que sempre manteve neutralidade política, promoveu a aproximação do Prefeito apossado com Dr. Elvézio, e sempre quando aconteciam divergências entre as duas administrações públicas (Municipal e Federal), lá estava como mediador, e em decorrência disto, tornou-se um elo de ligação para a obtenção junto ao DNER e a Construtora Rabello das solicitações que beneficiasse o Município e de Rio Casca.
Ao completar seus 48 anos de vida (07/10/67), ele confidenciava com a família e com alguns amigos riocasquenses sua alegria ao atravessar a pé os 150 metros do Viaduto sobre o rio Casca e sobre a E. F. Leopoldina, que nos próximos dias seria entregue ao Tráfego, pois tal evento beneficiaria mais uma vez Rio Casca, pois a partir de sua inauguração, a cidade que já não comportava mais o fluxo de veículos, aumentado muito com a construção da BR-262, consequentemente estava sendo castigada pelo aumento de carga e poluição (sonora e ambiental).
Após a inauguração do viaduto, e na expectativa da inauguração do Trecho pavimentado entre Realeza e Rio Casca, previsto para início de 1968, Eyer Nogueira, aguardava radiante sempre com um sorriso estampado em seu rosto.
Infelizmente para sua família, e para Rio Casca, às zero hora do dia 31 de dezembro de 1967, acometido de um infarto fulminante, ele fez sua última viagem aqui na Terra, privando-se de sua sempre e alegre convivência.
Foi sepultado em Rio Casca, cidade que adotou como sua terra natal.
No acesso Leste a Rio Casca, onde situava o DNER, havia uma bifurcação que a esquerda direcionava o transito para a cidade, e a direita dava acesso à sede do EF/6-9, Dr. Elvézio, em homenagem ao amigo Eyer Nogueira, mandou projetar e executar uma praça com um monumento simbolizando a “Paz e Amizade”.
Em decorrência disto, os amigos através da Câmara Municipal, resolveram fazer uma bela homenagem póstuma a Eyer Nogueira, oficializando a Praça, e dando a ela o nome de “Praça Eyer Nogueira”, afixando no monumento que ali estava uma placa cujos dizeres eram: “O povo de Rio Casca, agradecido, dá a esta praça o nome de Praça Eyer Nogueira (19/02/68)”.
A Praça Eyer Nogueira veio a ser inaugurada dia 19/02/68, tendo a presença alem do prefeito, outras autoridades municipais, Dr. Elvézio Antunes de Carvalho, e o engenheiro Jorge Pinto de Carvalho (Chefe do 6º Distrito Rodoviário Federal) que descerrou a placa, na presença da família do homenageado, dois dias depois, dia 21/02/68, foi inaugurado o trecho Realeza/Rio Casca pelo Ministro dos Transportes Mário David Andreazza, e do Governador de Minas Gerais na época, Israel Pinheiro da Silva.
A Praça foi Reformada em setembro de 2000
por gentileza gostria de informações da cidade den Rio Casca mais especificamente da famila Vieira De Souza obigado
Gostei muito da história de formação da cidade de Rio Casca , como cidadão nascido ai tenho grande orgulho de fazer parte .
Por gentileza ,estudei nos anos de 1975 a 1980 na zona rural de fazenda selafunda e gostaria de ver algumas fotos da antiga escola e também de umas casas antigas de madeira que inclusive morei em uma delas .tenho muitas lembranças deste lugar e gostaria de ver as fotos .se puder me ajudar agradeço desde já.