No auge do seu sofrimento, experimentando o paroxismo do seu desamparo, Jó ouviu o escárnio da própria esposa. Os amigos foram consolá-lo. Antes não tivessem ido, ou ido e não aberto a boca. Porque as palavras deles eram insensatas e insensíveis. Chorava Jó a perda de todos os filhos em catástrofes naturais. Fazendeiro rico, viu-se roubado e depauperado de todos os bens. Enfim, eis o quadro de uma tragédia absoluta: um homem sem saúde, sem filhos, sem patrimônio, sem consolo, sem presente e… aparentemente sem futuro.
Não havia mais tragédia para o atacar. Fosse hoje e fosse ele adepto da filosofia do desespero que escraviza a tanta gente, Jó teria se jogado do alto de uma ponte.
Uma coisa, porém, as tragédias não tiraram dele: a esperança. Jó nutriu-se de viva esperança, não porque fosse um ingênuo, um romântico sonhador, tipo cabeça nas nuvens, um consumidor de literatura de autoajuda. Não. A sua esperança tinha um fundamento concreto, uma base palpável. Ele disse que base era essa: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão…” (Jó 19.25-27).
A base da esperança de Jó não derivava de um adocicado otimismo psicológico, fomentado por melosas apresentações de datashow. Era, antes, uma pessoa: “o meu Redentor”. E uma pessoa viva: “o meu Redentor vive”, diz ele. Otimismos fundamentados em frases de efeito não conseguem aguentar o tranco e a truculência com que o cotidiano nos surpreende.
Infelizmente muitos brasileiros colocaram a sua fé num Redentor morto, que, por isso mesmo, não pode redimir nem ajudar a quem quer que seja.
Quer ser vitorioso e dar a volta por cima? Faça como Jó: coloque sua esperança no Deus Eterno, Ele mesmo a fonte da vida e da imortalidade.
Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]