Ahmed, soldado que morava em Bagdá, entrou esbaforido no palácio: “Majestade, salva-me. Ajuda-me a fugir daqui”. “O que aconteceu?”, quis saber o rei. Ahmed explicou: “Na praça do mercado encontrei a Morte vestida de preto. Ela me olhou de cima abaixo com um olhar ameaçador. Empresta-me teu cavalo mais ligeiro para que possa fugir para Samarra [Samarra fica a cerca de 100 km ao Norte de Bagdá, no Iraque]; morrerei, se ficar na cidade”. Diante da gravidade da situação, o rei concordou.
Mais tarde, num dos bazares da cidade, o rei encontrou a Morte na rua e foi tirar satisfação: “Que fizeste ao meu soldado? Contou-me, apavorado, que te encontrou e que tu o olhavas de forma ameaçadora”.
“Oh, não”, respondeu a Morte, “eu estava apenas admirada, pois me perguntava como esse homem poderia estar ainda hoje em Samarra que fica tão longe daqui, porque tenho lá um encontro marcado com ele esta noite”.
Temos um encontro inevitável com a morte. Mais cedo ou mais tarde (e esperamos que seja mais tarde), ela nos abordará. O problema é que a morte não manda aviso. Ela chega inesperadamente, e nem pede licença. É por isso que a Bíblia diz: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez…” (Hb 9.27).
Se não há escapatória, se vamos encontrar a morte mais dia, menos dia, seja em Bagdá, seja em Samarra, seja no Rio de Janeiro, seja no oceano ou nas alturas, então é necessário que estejamos preparados para isso. Se não sabemos o dia, devemos nos preparar todo dia. E o melhor modo de se preparar é convidando Jesus para ser o piloto de nossos planos, condutor de nossos corações, o motorista de nossos movimentos, o timoneiro de nossa trajetória. Quando isso acontecer, estaremos tão preparados para a última viagem que poderemos dizer como Paulo: “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Com Cristo, a morte deixa de ser inimiga para ser aliada. Mas sem Ele, seremos todos soldados assustados.
Pr. João Soares da Fonseca