Deus prefere a simplicidade. A manjedoura revela que o Evangelho não se casa bem com um certo espírito de sofisticação. Duvida?
1. A mãe do menino – É ela uma dama refinada da alta classe? Não. É, antes, uma moça pobre. Diríamos hoje ser “gente humilde”, conversando nas calçadas dos subúrbios. É claro que o Filho de Deus não discriminou os ricos, porque ele não veio exclusivamente para os pobres, mas para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
2. O “pai” – Tem ele a aparência de um herói de guerra? Exibe um peito condecorado de medalhas? Tem troféus? Sua família tem posses, propriedades? Não; José é apenas um carpinteiro, que luta para pagar as contas em dia.
3. O lugar – Miqueias já dissera: “Belém-Efrata, você é uma das menores cidades de Judá…” (Mq 5.2). Jesus não nasceu numa megalópolis como Roma, a sede da casa dos césares. E foi criado em Nazaré, outra vila, ainda menor que Belém, que só está no mapa hoje, por causa dele.
4. O país – A Palestina era terra sem a filosofia dos gregos e sem os soldados de Roma. Era terra de escravos, gente sem direitos sociais, somente responsabilidades.
5. A sala de parto – Jesus não nasceu num hospital de primeira. A sala de parto foi um curral. As enfermeiras? Os animais.
6. O berço – Não era de ouro, mas de palha. Aliás, nem berço era, foi uma manjedoura, um cocho, coberto de palha, lugar onde os animais comiam, deixando nele um pouco da sujeira, da baba e do germe deles.
7. As primeiras visitas – Eram pessoas rudes, pasto-res do campo, homens desprovidos do verniz da cultura intelectual.
Então como explicar que a igreja que aquele menino depois fundaria tenha abandonado a simplicidade do seu fundador e se transformado num império poderoso, com uma hierarquia pesada, erguendo suntuosos palácios com paredes revestidas de ouro, de custosa manutenção?
Neste Natal, descubramos o caminho de volta para a simplicidade!
Pr. João Soares da Fonseca