Numa noite de 1890, a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro estava reunida em culto. Treze ou catorze pessoas cantavam um hino, quando um jovem entrou, atraído pela música. Francisco F. Soren era muito religioso, mas não queria saber de protestantes, que a sociedade toda rotulava de “hereges”. Acabado o hino, o missionário William Bagby abriu a Bíblia e leu João 3.36: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”.
Francisco foi para casa, em S. Gonçalo, perturbado por aquelas palavras do Livro Santo. Procurou o padre, seu amigo, para tentar descobrir de onde eram aquelas palavras. O padre não sabia de onde eram, mas suspeitando que fossem da Bíblia, emprestou-lhe uma edição da Bíblia em vários volumes. O jovem começou a ler o primeiro volume, e logo depois, se converteu a Cristo. Dez anos mais tarde, tornou-se o segundo pastor desta igreja e o construtor do templo atual.
É muito popular a mensagem do amor de Deus. As crianças aprendem a dizer de cor João 3.16. Esquecemos, porém, o final de João 3.16, que diz “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ou seja, quem não crê perece. Aquele que insiste numa vida ímpia e injusta conhecerá o outro lado de Deus. A ira de Deus não é um estado emotivo, não é um sentimento momentâneo de revolta descontrolada; não é um ataque de nervos da divindade; não depende da posição da lua, das circunstâncias, do estado de ânimo. É, antes, a sua inarredável oposição à prática do mal. É a sua rejeição sistemática de tudo o que contraria o seu caráter. O pecado provoca a ira de Deus, porque Deus é santo. Portanto, não estamos falando de humor, mas do caráter de Deus. Paulo esclarece até de onde vem essa ira: “do céu vem a ira de Deus” (Rm 1.18). Se vem do céu, só pode ser santa.
Ore a Deus para que você fique longe da ira de Deus!
Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]