Uma pessoa não precisa insistir em seus erros, alegando que nasceu assim e assim vai morrer. Depois que Pedro aprendeu com o Espírito Santo a ser calmo e a deixar suas crises nas mãos do Senhor, ele recomendou aos crentes: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7). Que diferença entre o Pedro dos evangelhos e o Pedro das epístolas!
Certa vez, em alto-mar, um navio foi surpreendido por uma terrível tempestade. Os ventos sopravam com tanta força e tanta fúria que o navio parecia soçobrar e sucumbir. O pânico espalhou-se, tomando conta dos passageiros. A filhinha do comandante, acordando com o barulho e a agitação em seu redor, perguntou à mãe o que estava acontecendo. A mãe, tentando esconder o próprio pavor, explicou que era um furacão, um vento muito forte, atacando a embarcação. A menina abriu os olhinhos um pouco mais e perguntou: “Papai ainda está no comando?” A mãe, com um gesto, respondeu que sim! Então a menina sorriu e deitou a cabeça no travesseiro e adormeceu de novo.
No Sermão da Montanha, Jesus nos assegurou o cuidado constante de Deus por nós: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6.26). Se o Criador se preocupa com um passarinho com tanto zelo e desvelo, não cuidará também da criatura que Ele, com tanto zelo, criou à sua “imagem e semelhança”? Quando o coração experimenta o amor infinito de Deus, ele se acalma. O furacão perde a fúria. O vento vai-se. A tempestade se interrompe. As ondas cedem vez à calmaria. E assim, o barquinho do coração segue singrando em paz as águas do mar da vida.
É importante, porém, que o Pai esteja no comando. Porque se assim não for, não há mesmo esperança para barco algum, nem mesmo para o Titanic mais aparatoso. Sem Jesus no oceano da vida, todo barco é de papel.
Pr. João Soares da Fonseca