Quando amo Deus

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Quando amo Deus, amo a beleza dos corpos, o ritmo dos movimentos, o esplendor dos olhos, os abraços, os sentimentos, os perfumes, os tons desta colorida criação. Tudo eu gostaria de abraçar, quando te amo, meu Deus, porque te amo com todos os meus sentidos nas criaturas do teu amor. Tu me atendes em todas as coisas que eu encontro.
Por longo tempo te procurei dentro de mim, me escondi na concha de minha alma e me defendi com a couraça da não aproximação; mas, tu estavas fora de mim e me atraíste pela estreiteza do meu coração no amplo espaço do amor pela vida.
Assim saí de mim mesmo, encontrei minha alma nos meus sentidos e descobri aquilo que mais me pertence nos outros.
A experiência de Deus aprofunda a experiência da vida e não a reduz, porque desperta a força de dizer incondicionadamente sim à vida. Quanto mais amo Deus, mais estou feliz de existir; mais existo plena e diretamente, mais percebo o Deus vivo, a fonte inexaurível da vida e a vitalidade eterna.
Em 1948, o jovem Moltmann teve que confrontar um problema muito mais complexo que as chuvas e as enchentes de Santa Catarina. A grande pergunta da época era “como se pode falar de Deus depois de Auschwitz?”. Num relato autobiográfico, o profeta da esperança conta: “Nos campos na Bélgica e na Escócia experimentei o colapso das minhas certezas, e neste colapso encontrei uma nova esperança na vida cristã”. A partir de então, Moltmann começou a se perguntar: “Como se pode não falar de Deus depois de Auschwitz?”.
Jurgen Moltamann

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