O Guarda Chorão

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Deu no rádio: o presidente Getúlio Vargas se suicidou. O País parou. A comoção era geral. As ruas em torno do Palácio do Catete ficaram intransitáveis. Era o dia 24 de Agosto de 1954. Naquele mesmo dia, as senhoras da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro estavam promovendo uma jornada de oração, começando às 6h da manhã, experiência que a igreja encampou mais tarde e pratica até hoje. À líder das senhoras, irmã Alice Neves de Oliveira, cabia iniciar a reunião. De carro ela saiu de Copacabana, mas ao passar perto do Palácio, com o trânsito daquele jeito, a viagem não progredia. Ela olhava para o relógio e temia não conseguir chegar a tempo. Chamou dois guardas que estavam por ali e disse a eles que precisava chegar ao Estácio, que eles entrassem no carro, abrindo passagem para ela. Como era coisa de Deus, eles entraram e foram com ela.

Daí a pouco, um deles começa a chorar. Alice se vira para ver o que estava acontecendo:

“Por que o senhor está chorando?”.

O homem responde: “Morreu o meu pai”.

“Seu pai morreu? Quando?”.

“Meu pai era o Getúlio”.

Alice vai dirigindo e agora começa a evangelizar: “Pois se Jesus Cristo fosse o seu pai, o senhor não estaria chorando agora”.

Algumas décadas depois, a irmã Alice estava servindo à mesa da Diretoria da Convenção Batista Carioca, quando um homem se aproximou e perguntou:

“A senhora me conhece?”.

“Não, meu irmão. De onde o senhor é?”.

O homem resume: “Eu sou aquele guarda que estava chorando no seu carro”.

Tornara-se filho de Deus por Jesus Cristo; já era até diácono de uma igreja em Campo Grande.

Esta história, contada pela irmã Alice na jornada de oração do aniversário deste ano, confirma plenamente o poder da Palavra de Deus, palavra que esta igreja anuncia desde 1884: “A palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me agrada e cumprirá com êxito o propósito da sua missão” (Is 55.11).

Pr. João Soares da Fonseca

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