Todo ano, à época da Páscoa, encena-se a crucificação de Jesus, em muitos espaços do mundo dito cristão. Certa vez, nas Filipinas, numa dessas encenações, o ator, representando Jesus, foi colocado na cruz, ao lado de dois outros homens. Chegou o momento quando Jesus entregou o espírito e morreu. Quando isso aconteceu, a multidão que estava assistindo à encenação simplesmente se levantou e foi embora. Para aquelas pessoas, a morte na cruz encerrava a narrativa, já que nenhuma referência se fizera à ressurreição.
Para muita gente, e não é só nas Filipinas, a morte de Cristo é o fim da história. Conhecem apenas um Jesus morto, não o Salvador ressurreto. Não experimentaram o sabor da vitória da ressurreição. O espetáculo da ressurreição não lhes foi apresentado. O prêmio Nobel de literatura, José Saramago, por exemplo, termina o seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo de modo parecido. Na ficção do escritor português, Jesus morre, e sua história também acaba nesse ponto. Paulo argumentou: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Coríntios 15.17).
A ressurreição de Jesus significa para os cristãos, entre outras coisas, a confirmação de que há vida depois da morte. Confesso que fico sem entender quando ouço algum crente dizendo que tem medo da morte. Por que temer? A ressurreição de Jesus lembra ao crente que esse medo ele não precisa ter. Com Cristo, o futuro deixa de ser uma incógnita e passa a ser uma certeza. Com a ressurreição de Jesus, a imortalidade deixa de ser uma hipótese para ser um dado indubitável. Por isso, Jesus pôde falar aos discípulos: “…virei outra vez e vos levarei para mim, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14.3). A promessa de Jesus está para se cumprir a qualquer momento. Ao espetáculo de sua ressurreição seguir-se-á a glória do seu retorno. Você está pronto?
João Soares da Fonseca