Jovens corajosos

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O dia 22 de setembro de 286 d.C. deveria ser lembrado com reverência pelos cristãos do mundo inteiro.

Havia uma certa legião romana que possuía exatos 6.666 soldados. Chamava-se “legião tebana”, porque todos os soldados eram de Tebas, no Egito. Outro dado importante é que todos eram cristãos, inclusive o comandante, chamado Maurício.

Maximiano, constituído imperador adjunto de Diocleciano, determinou à legião tebana que assistisse a um sacrifício religioso pagão. Ao mesmo tempo, ordenou que todos os soldados jurassem plena obediência ao Estado, e que também jurassem apoiá-lo na campanha visando à extinção do cristianismo na Gália, atual França.

Sendo cristãos, os soldados se recusaram a fazer ambas as coisas. Sentindo-se desrespeitado, Maximiano ordenou que os soldados fossem contados, e cada décimo homem seria isolado dos demais para ser morto à espada. É dessa prática perversa que surge o verbo dizimar, que, a rigor, não é entregar o dízimo, como às vezes se pensa, mas, como registra Aurélio, “matar (um soldado) em cada grupo de dez”. E assim se fez. Entretanto, nem o horror desse gesto mudou a opinião do grupo, que permaneceu inflexível.

Maximiano ordenou, então, uma segunda dizimação: outra vez o décimo homem seria sacrificado.

Mesmo vendo as centenas de companheiros mortos, os soldados de Maximiano, na verdade, soldados de Cristo, não retrocederam. Chegaram até a formular uma explicação: que mesmo sendo súditos de César, deviam obedecer primeiramente a Cristo; se do imperador vinha o salário, de Deus vinha a própria existência. Irado ao extremo, Maximiano chegou ao cúmulo de ordenar que toda a legião fosse executada. Foi preciso trazer outras tropas para cumprir-se a determinação assassina. Um por um, cortados em pedaços, os 6.666 soldados da Legião Tebana tombaram por causa de sua fé.

“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).

Pr. João Soares da Fonseca – jsfonseca@pibrj.org.br

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