O sucessor de Bento XVI deve ser escolhido por seu perfil, conhecimento e por sua habilidade, e não pelo país que representa, segundo o arcebispo metropolitano de Brasília, dom Sergio da Rocha, 53 anos. Para ele, a discussão sobre a origem do futuro papa não deve ficar em primeiro plano, pois causaria uma série de dificuldades. A eleição do papa ocorrerá durante o conclave, ainda sem data para começar. No total, 115 cardeais estão aptos a votar.
“É claro que ficamos felizes [com a possibilidade de brasileiros serem cotados como sucessores]”, disse o arcebispo, após celebrar a missa de Ação de Graças a Bento XVI. “Estamos em comunhão com o sucessor do papa. Mas condicionar a escolha à origem do escolhido pode criar dificuldades. O Ministério Petrino [o pontificado] tem um valor que vai além [disso]”, ressaltou.
Dom Sergio da Rocha destacou ainda que a “figura do papa” transcende a “figura humana”. “O papa ocupa o lugar do apóstolo Pedro [que para os católicos foi o primeiro papa, escolhido por Jesus Cristo]. Isso deve ser valorizado ainda mais na escolha [do sucessor]”, disse o arcebispo.
Ontem (28) a Arquidiocese de Brasília orientou todas as igrejas da cidade para a celebração de missas de Ação de Graças a Bento XVI. Na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, dom Sergio da Rocha, destacou que Bento XVI deixou a marca do amor e da caridade. Segundo ele, a decisão da renúncia deve ser recebida por todos com serenidade, fé e oração.
O arcebispo de Brasília encaminhou um documento às igrejas da cidade para que incentivem as orações durante o período que começa a partir das 20h de hoje que é chamado de sé vacante (período referente à ausência do papa). Durante a missa de hoje dom Sergio da Rocha destacou que Bento XVI é um “exemplo de humildade, força e despojamento”.
Assim que o conclave for finalizado, com a escolha do sucessor de Bento XVI, as igrejas de Brasília deverão homenagear o próximo papa. O arcebispo disse que devem ser tocados os sinos das igrejas: “Como manifestação de júbilo e acolhida ao novo pastor supremo”.
Agência Brasil