Aos 27 anos, o atleta canadense Ben Johnson estava perto de realizar o sonho de sua vida: ganhar a medalha de ouro nos jogos olímpicos. E conseguiu. Foi no sábado, 24 de setembro de 1988, em Seul, na Coreia do Sul, ao vencer a corrida dos 100 metros. Venceu, e ainda quebrou um recorde. Correu 100 metros em 9 segundos e 79 décimos. Fantástico! O próprio primeiro-ministro do Canadá conversou com Johnson na noite do sábado, pela televisão, dizendo que ele era motivo de orgulho para o país.
Menos de 24 horas depois, o choque. O laboratório revelou que o atleta usara anabolizantes, drogas para melhorar o seu desempenho, o que é proibido. A medalha de ouro foi retirada de Johnson, que, envergonhado, deixou a Coreia, logo na segunda-feira pela manhã. A festa acabara para ele. Tudo por causa da infidelidade do atleta às normas da competição olímpica.
Onde há infidelidade, até as vitórias serão falsas. A palavra “fidelidade vem do latim fidelitas… e é o atributo ou a qualidade de quem ou do que é fiel (do latim fidelis), para significar quem ou o que conserva, mantém ou preserva suas características originais, ou quem ou o que se mantém fiel à referência”, diz a Wikipédia. Sendo Deus a suprema referência do cristão, este desejará ser-lhe fiel em tudo. A Bíblia diz que a fidelidade de Deus não apenas não se esgota, como faz ainda mais: ‘renova-se cada manhã’ (Lm 3.22b). Não é só remédio ou comida que tem prazo de validade. Tudo na terra tem seus dias contados. Há um tempo fixado para cada coisa deixar de existir. Um dia, todos os seres deixarão de ser. Mas há algo que, em se renovando a cada manhã, jamais envelhece: são as misericórdias do Senhor. Observe que a palavra está no plural, justamente porque são múltiplas e variadas as manifestações dessas misericórdias. Para cada miséria que nos ameaça, há uma misericórdia que nos abraça.
Ora, um Deus fiel assim merece a nossa estrita e eterna fidelidade. Seja fiel!
Pr. João Soares da Fonseca