“Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam.” (Mt 9.17.)
Nessa passagem, Jesus propõe uma reflexão que contrasta o velho e o novo. Um exemplo aplicado à estrutura de pensamentos e de crenças da época e aos dias de hoje.
O termo “odres novos” vem do grego Kainos, que significa renovado. Na época de Jesus, os vinhos eram armazenados em odres. O armazenamento funcionava da seguinte forma: o vinho era guardado em um odre. Com o passar do tempo, os odres endureciam e ficavam secos. Então, o odre era colocado na água para ser amolecido e depois untado com óleo para evitar o vazamento ou a evaporação do vinho. A Palavra de Deus nos afirma que devemos nascer da água e do Espírito. A água aqui significa a Palavra de Deus que nos lava, limpa e renova. Se assim não for, com o passar do tempo, ficamos com os nossos corações endurecidos pelo medo, pelo passado, pela amargura, e também ocorre o endurecimento da nossa cerviz, que não se dobra diante da vontade de Deus (que é boa, perfeita e agradável). Há uma sequidão no nosso interior – não teremos mais a vontade de ler a Palavra e de orar -e não fluirá o rio de águas vivas. Quanto ao Espírito, também ansiamos por Ele. Precisamos da nova unção com óleo que simboliza o Espírito Santo. Uma unção capaz de quebrar todo esse jugo colocado pelo sistema, por nós mesmos e pelo diabo. Precisamos receber o fardo de Jesus que é leve e o jugo dele que é suave.
Deus deseja derramar sobre nós o vinho novo, ou seja, a nova unção. E para isso, precisamos ser preparados para recebê-lo: lavados pelas águas da Palavra de Deus. Isso nos concederá uma mente e uma disposição renovada. Dediquemo-nos a fazer como o salmista nos orienta: guardar a Palavra de Deus no coração para que não pequemos contra o Pai (Sl 119.11). Às vezes, queremos buscar só a unção de Deus, sem estarmos amolecidos pela Palavra. Você, assim como o odre, precisa ser umedecido e lavado. Lembre-se, o vinho novo não pode ser armazenado em odres velhos. Renove-se!
É preciso atentar também para o equilíbrio entre a leitura da Palavra e a unção espiritual. Não podemos buscar um e outro separadamente. A Palavra de Deus é água para amolecer e o Espírito Santo é vinho para lhe ungir. Eles andam juntos para que tenhamos uma vida equilibrada entre o poder e o conhecimento. O poder que Deus nos oferta ao nos conceder, por exemplo, dons espirituais e o conhecimento profundo da Palavra de Deus. Mergulhe nas águas do conhecimento e receba a unção do Espírito Santo. Deus lhe abençoe!
Com Cristo, Pr. Leônidas Francisco – www/lagoinha/com