Em 1972, dois petroleiros – navios que transportam óleo – colidiram debaixo da famosa ponte Golden Gate, em San Francisco, na Califórnia. O acidente fez que se derramassem mais de 3 milhões de litros de óleo no mar. Consequentemente, peixes, focas, e até passarinhos apareceram mortos.
Um homem que morava perto da ponte viu de perto a destruição provocada por aquele derramamento de óleo. Ficou tão desconsolado que tomou uma decisão radical: viveria uma vida mais simples. Se o preço do conforto era esse, de destruir o meio ambiente, então – raciocinou – não valia a pena. Raciocinou e agiu: trocou móveis e desfez-se de utensílios domésticos. Mas ainda não estava satisfeito. Fez mais: percorreria o País, defendendo as vantagens de uma vida mais natural, tornando-se um verdadeiro arauto da sustentabilidade.
Depois de um ano andando e falando, tomou outra decisão: não falaria mais nada. Queria que seu silêncio falasse mais alto e conclamasse as pessoas a ajudarem a preservar a vida na terra. E sabe de uma coisa? Funcionou!
Passou treze anos em completo silêncio, e assim conseguiu chamar a atenção da mídia para a causa que defendia. O homem confessou depois que esse silêncio ensinou-o a ouvir o que as pessoas estão dizendo.
Radical, não acha? Mas a sabedoria do silêncio é reconhecida desde tempos imemoriais.
Será que a Bíblia tem algum conselho sobre isso? Sim: “O tolo não tem prazer no entendimento, mas tão somente em revelar sua opinião” (Pv 18.2, A21). O sábio está se referindo àquelas pessoas que parecem dotadas do irritante talento de falar, falar, e a gente ficar se perguntando: “e daí?”. Um local certo de se encontrar gente assim é, em geral, plenário de convenção. Algumas pessoas simplesmente não resistem à atração de um microfone e facilmente caem na tentação do derramamento de palavras.
Que o Senhor nos dê sabedoria no uso da fala!
Pr. João Soares da Fonseca