Entre os manifestantes das passeatas de julho, estava uma moça segurando um cartaz, que dizia em grandes letras: “Corrupção se cura com educação”.
Como eu gostaria de crer que isso é verdade! Educação é coisa maravilhosa, de fato. “Um país se faz com homens e com livros”, já ensinava Monteiro Lobato (1882-1948). Sem dúvida, a educação põe em nossas mãos as ferramentas com as quais poderemos construir uma realidade melhor à nossa volta. “Não saber é não ser homem”, pôs Taylor Caldwell em seu livro, Médico de Almas e de Homens, biografia romanceada de Lucas, “o médico amado”. Tanto esta igreja crê nisso que há mais de sete décadas mantém uma escola em seus domínios.
Dizer, porém, que a educação cura a corrupção é, no mínimo, ingenuidade. Várias vezes em seus sermões e livros, Billy Graham lembrou que Joseph Goebbels, o criador do Ministério da Propaganda do regime nazista, era doutor em filosofia pela Universidade de Heidelberg. Certamente não faltou educação a Goebbels.
A escola pode resolver o problema intelectual do ser humano, mas quem disse que o problema do homem é apenas intelectual? A escola é importante mas é impotente para curar a doença do coração. O diagnóstico de Jesus continua insubstituível: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23). E o profeta Ezequiel, pregando que o coração não é reeducável, falava da necessidade de se trocar de coração: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ez 36.26). Se é “coração de granito”, na feliz expressão de Machado de Assis, então não há educação que dê jeito. Só Jesus na causa!
Pr. João Soares da Fonseca – [email protected]