Jeremias escreveu, no sexto século antes de Cristo, uma frase tão verdadeira e tão atual que parece ter sido escrita ontem: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra” (Jr 5.30). Se alguém duvidar desta verdade, veja as manchetes dos jornais, ouça rádio, veja TV ou busque na Internet. A violência, friamente planejada e executada, nos deixa amedrontados. É triste ver as casas rodeadas de muros tão altos ou de grades tão espessas, que mais lembram uma prisão. Mais triste ainda é saber que muitas vezes, como disse Jesus, “os inimigos do homem são os da sua própria casa”. É marido que espanca a esposa; é mãe que, em vez de disciplinar com amor, tortura os filhos; é irmão matando irmão…
O gesto hediondo de Caim assassinando o seu irmão, além de ser um exemplo gritante da maldade humana, continua se repetindo espantosamente. O tempo passa, mas parece que o homem não pensa duas vezes antes de recorrer à violência. Pelo contrário, à medida que a ciência vai evoluindo, as práticas violentas se sofisticam ainda mais.
Ao fazer uma radioscopia da violência humana, Jesus não desconversou nem apelou para eufemismos. Ele pôs o dedo na ferida quando disse: “Do coração procedem todas as maldades” (Mt 15.19). Esta declaração joga por terra toda e qualquer esperança ou possibilidade de o homem se emendar ou remendar a si mesmo. Antes de ser puxado, o gatilho da agressão é disparado primeiramente dentro do coração do agressor. É lá a nascente do pecado. Mais do que nunca, está provado que “ninguém há bom sobre a face da terra, não há um justo, nem um sequer!” (Rm 3.10).
O problema do homem é, portanto, o do coração, e enquanto essa causa não for reconhecida, o tratamento será equivocado. Para erradicar da vida o mal, é preciso trocar o coração: tirar o de pedra e pôr um de carne, como propôs Ezequiel (Ez 36.26). Tirar do coração o pecado e repor Jesus no lugar dele. O amigo já fez isso?
Pr. João Soares da Fonseca