Quando os batistas deixaram a Inglaterra que os perseguia e foram para os Estados Unidos, não sabiam que aí também seriam perseguidos. Um cristão quaker, William Penn, fundou uma colônia, convidando todos os perseguidos por causa de sua fé a irem para lá, sob a promessa de que teriam plena liberdade religiosa. Assim, em 1688 formou-se na cidade de Pennepek, hoje parte da grande Filadélfia, a primeira igreja batista na Pensilvânia. Havia poucos pastores naquela época, e a igreja de Pennepek orava a Deus para que lhe mandasse um.
Alguém descobriu na comunidade um jovem inglês recém-chegado chamado Elias Keach, filho do famoso pastor de Londres, Benjamin Keach. Só que Elias, mesmo sendo filho de pastor, não era crente ainda. Os membros da igreja de Pennepek não sabiam disso, e insistiram para que ele pregasse. Elias, não querendo decepcionar aquela gente, e também porque precisava de comida e roupa, aceitou o convite e foi para o púlpito. Familiarizado com os sermões do pai, começou a pregar. O sermão já passava da metade quando, de repente, o pregador parou de pregar. Os ouvintes pensaram que ele estivesse passando mal. Mas ele disse que sua consciência começou a perturbá-lo, e que estava se sentindo um hipócrita. Com lágrimas nos olhos e trêmulo, caiu de joelhos perante a congregação, confessando sua farsa. Keach consideraria aquele o exato momento de sua conversão. Com rara compaixão, a igreja entendeu o que estava ocorrendo e o encaminhou para um dos poucos pastores da região, que o evangelizou, discipulou, batizou e o consagrou ao ministério. Keach voltou à igreja e realizou um pastorado abençoado.
Paulo escreveu: “Pela graça sois são salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
A graça de Deus é assim: salva o traficante mais perigoso, como salva também o filho de pastor que ainda tropeça nas trevas! Bendita graça do Senhor!
Pr. João Soares da Fonseca