Edward M. Stanton era inimigo declarado de Abraão Lincoln. Stanton desprezava a Lincoln chamando-o, entre outras coisas, de “palhaço velhaco do mais baixo nível” e pôs nele o apelido de “pai dos gorilas”. Nessa época, havia um cientista chamado Du Chaillu que fazia pesquisas na África a respeito dos gorilas. Stanton dizia que esse cientista era um tolo e estava perdendo o seu tempo tentando capturar gorilas na África; era só procurar em Springfield mesmo, que ele encontraria facilmente um. Springfield, cidade do Estado de Illinois, era onde Lincoln morava. A tantas e tamanhas ofensas Lincoln respondia apenas com o silêncio. Toda a difamação de Stanton não deu resultado pois, a 6 de novembro de 1860, Lincoln foi eleito o 16º presidente dos Estados Unidos.
Chegou o momento de Lincoln, como presidente, escolher os seus ministros. Para desespero de alguns, e surpresa de todos, Lincoln convidou Stanton para integrar o ministério. Stanton aceitou o convite, tornando-se assim Ministro da Guerra. Vários assessores de Lincoln argumentaram que Stanton poderia ser um estorvo para a administração, que provavelmente tentasse sabotar o desempenho do governo. Lincoln respondia que, tendo procurado em todo o país um homem qualificado para o cargo, encontrou em Stanton esse homem, que ele era o mais preparado para o posto. Durante toda a administração, Lincoln tratava o seu ministro com respeito e cortesia, como se nada antes houvera acontecido.
O tempo passou. Em 14 de abril de 1865, Lincoln foi covardemente assassinado no Teatro Ford, em Washington. O país ficou chocado. O corpo de Lincoln ficou em exposição numa pequena sala. A seu lado, de pé, um Stanton diferente, completamente transformado, dizia com sincera emoção: “Aí jaz o maior governante que o mundo já viu! Agora ele pertence à história”.
Era a vitória do amor por sobre o ódio. Mais uma evidência de que o perdão tem força irresistível.
Pr. João Soares da Fonseca