Para os evangelhos, toda ação de Jesus é terapia pura. Sua presença, Palavra, paradigma de vida nova e até mesmo o seu silêncio ensejam a cura do enfermo. Eis porque a igreja é chamada de “comunidade terapêutica”. Ela é hospital onde se refrigera a alma, onde os feridos são tratados.
Jesus curou a febril sogra de Pedro, e “ela se levantou” (Lc 4.39). A obra de Cristo é de soerguimento, de levantar o caído. Erguida, “ela os servia”. De parasita ela passou à condição de provedora de ajuda; ela migrou de enferma a enfermeira.
Por que os servia? Por interesse? Pensando em honras e medalhas? De olho em prêmios e promoções?
Já conheci alguns irmãos que só serviriam por dinheiro. As igrejas hoje padecem de várias crises graves. Talvez a maior delas seja a do serviço voluntário. É de lamentar-se a extrema profissionalização dos serviços religiosos.
Curada, a sogra de Pedro servia a todos, movida apenas pela gratidão de seu coração. Ela, que fora beneficiada pela terapia de Cristo, agora presta serviço (diaconia), que a outros beneficiaria também. É assim que toca a banda do povo escolhido de Deus: recebem ajuda e devolvem ajuda ainda maior. E nisso, quem serve também é abençoado com o serviço que presta, como na história daquele psiquiatra, que em dado momento, abriu a porta e disse ao paciente: “Saia por esta porta, e encontre alguém que precisa de sua ajuda e ajude. Depois volte, e voltaremos a conversar”. Quem serve a Jesus desejará também servir às pessoas. Uma dessas frases engraçadas que se leem nas placas das igrejas norte-americanas, dizia: “Venha trabalhar para o Senhor. O trabalho é duro, as horas são longas, o salário é baixo, mas a aposentadoria é coisa ‘do outro mundo’.” Não apenas do outro mundo; já neste, colhemos as boas consequências do nosso serviço.
Que o Espírito Santo desenvolva em nós uma atitude diaconal, um espírito prestador de serviço! Parabéns a você, diácono batista!
Pr. João Soares da Fonseca