Antídoto contra a solidão

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Li de um homem que iria viajar para longe, saindo do porto de uma cidade movimentadíssima. No cais, havia muita gente se despedindo dos amigos e dos parentes. Mas aquele homem não conhecia ninguém ali, portanto, não tinha ninguém para se despedir dele. Teve então uma ideia: chamou um menino de rua: “Você quer ganhar 10 reais? Venha comigo, tome este lenço, e quando o navio estiver saindo do porto, fique ali acenando para mim até o navio sumir”.

A solidão nos ataca, estejamos nas grandes cidades do mundo ou na quietude da vida rural. Entre 1933 e 1934, Richard Byrd, almirante da marinha americana, permaneceu cinco meses sozinho numa tenda na Antártica. Foi fazer pesquisas e estudos meteorológicos. Sua experiência foi descrita no livro “Sozinho” (Alone). Confessou que “a pior coisa que ele teve que suportar foi a solidão, por estar afastado de outros seres humanos” (HARDESTY, Margareth. Tudo o que você sempre quis saber sobre a sua esposa, p. 73). Certamente a esse homem caberiam bem as palavras de Erico Verissimo em seu famoso romance Olhai os lírios do campo: “Doía-lhe aquela solidão glacial”.

A solidão não precisa ser glacial, porém, para doer fundo na alma da gente. Por isso, em 1927, Billy Rose, um milionário empresário judeu de Nova York, compôs os versos de uma canção, que dizia:

“Eu e minha sombra, Ninguém a quem contar nossos problemas… só eu e minha sombra, tão tristes e sozinhos…”

Qual é o antídoto de Deus para a solidão? Quando viu no Éden o homem solitário por estar sem uma companheira, Deus criou Eva, e ela se fez solução. Mas nem sempre companhia humana desfaz a solidão. Às vezes até se chega a viver uma solidão a dois. Jesus disse: “Aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8.29). O segredo é imitar Jesus, procurando fazer a vontade do Pai. Com Deus ao nosso lado, a solidão pede o boné e vai embora.

Pr. João Soares da Fonseca

 

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