Filho de médico, o japonesinho Hosokawa morava em Kobe, Japão. Devido a escolhas erradas na vida, parou de estudar, saiu de casa e foi para Tóquio.
Em Tóquio, aprendeu a arte de ser equilibrista sobre uma corda. Fez sucesso, e começou a viajar pelo mundo: América, Inglaterra, Alemanha e Áustria.
Em Viena, perdeu o equilíbrio e caiu da corda. Caiu e não se levantou mais. Ficou meses num hospital católico, mas não se recuperava. Vendo que a paralisia era definitiva, pagaram-lhe a passagem e o mandaram de volta para a família no Japão.
Ao chegar ao Japão, sentiu vergonha de procurar o pai. Paralítico, a opção mais decente seria a mendicância. Arrastava-se pelas ruas, levando uma hora para percorrer dois quarteirões.
Um dia, achou que seria curado se apenas pudesse visitar o templo do famoso ídolo budista Kobo Daishi, na cidade de Tatsue. Depois de muito arrastar-se, chegou até lá, mas um monge budista bateu nele e o expulsou. “Tudo bem”, disse para si mesmo. “Vou pedir ajuda a uma igreja cristã. Não me esqueço da bondade dos cristãos de Viena. Deve haver alguma bondosa igreja cristã também no Japão. Eu vou achá-la”.
Dias depois, chegou a Tokushima onde trabalhava um missionário, C. A. Logan, que prontamente o ajudou e lhe falou de Jesus.
Depois de algum tempo, Hosokawa teve melhoras, chegando a ficar em pé. Conseguiu trabalho: vendia batata doce cozida num carrinho de mão. Por nove anos, viveu a vida da fé em seu Salvador, tendo o coração cheio de alegria, até falecer, como resultado ainda do acidente.
Toyohiko Kagawa (1888-1960), que nos contou a história, conheceu Hosokawa na mesma igreja onde ambos se reuniam, em Tokushima. E arremata: “A história desse homem me ensinou uma profunda lição. Nossa vida neste mundo é como a luta daquele homem. Enfrentamos continuamente os duros golpes da vida e inutilmente procuramos ajuda e salvação. Mas não há salvação a não ser em Cristo”.
Pr. João Soares da Fonseca