A sociedade manhuaçuense vive momentos de grande expectativa quanto ao desenvolvimento da cidade pólo de Manhuaçu.
Não temos clareza nas propostas dos candidatos e parece que a cidade fechou suas portas para a classe média baixa. Como a maioria do povo de nossa cidade é menos favorecida financeiramente, há uma grande preocupação onde se vive um momento insustentável.
Para se comprar um imóvel em Manhuaçu só com muito dinheiro, o aluguel chegou a um preço absurdo, em quanto que em outras cidades com qualidade de vida melhor não chega a ser tão caro quanto aqui. Em algumas cidades há projetos que alavancam a indústria imobiliária (a maior empregadora de mão de obra do país) levando a cidade ao desenvolvimento.
Manhuaçu está “inchada” e sem perspectiva para a maioria de seus habitantes. Nossas autoridades (Prefeitura e Câmara Municipal, ACIAM (Associação Comercial e Industrial de Manhuaçu), CDL – Clube de Dirigentes Lojistas) e alguns empresários, não estão dando conta do grande problema que aponta para a cidade. Quem não faz o dever de casa pode perder a oportunidade. Já surge uma grande corrida dos moradores de Manhuaçu para as cidades vizinhas. Os futuros prefeitos de São João do Manhuaçu, Luisburgo, Reduto e Manhumirim devem preparar-se para receberem em suas cidades inúmeras pessoas que, certamente, irão descobrir que é melhor pagar 45 mil reais num apartamento na cidade vizinha do que 70 a 100 mil reais num lote no alto do morro em Manhuaçu.
Muitas pessoas já trocaram Manhuaçu por Manhumirim, onde a distância é percorrida em apenas 30 minutos de automóvel. Para tudo há um limite e Manhuaçu há muitos anos não vem se preparando para o desenvolvimento. Cadê a cidade pólo? Cadê a cidade que abriga seus filhos? As faculdades de Manhuaçu e o Hospital César Leite, por exemplo, são os grandes atrativos para as cidades vizinhas, mas infelizmente, as demais infra-estruturas não acompanharam o desenvolvimento destes dois setores. A falta de emprego é muito grande, restando aos munícipes sobreviverem da colheita do café. Outro erro gravíssimo é manter a monocultura do café e perder a oportunidade de inserir outras culturas. Parece que estamos chegando em um momento que talvez seja tarde demais para as nossas autoridades tomarem providências, pois cidades do Espírito Santo estão em maior desenvolvimento e a qualquer momento surgirá um novo pólo econômico onde as classes sociais mais baixas que moram em Manhuaçu correrão para lá, deixando para trás a cidade que não soube aproveitar o momento de
“vacas gordas”.
Espero que as autoridades recebam esta crítica e desperte o interesse em fazer um seminário envolvendo toda a sociedade especializada, que tragam gestores bem sucedidos de cidades com topografia equivalente a Manhuaçu que tiveram seus problemas resolvidos. Também espero que no próximo censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não conste que a cidade de Manhuaçu teve sua população diminuída, como aconteceu com algumas cidades onde a falta de planejamento prejudicou o município.