Muriaé

 Geografia
Com uma população de 99.006 habitantes (IBGE/2008), o município de Muriaé situa-se na Zona da Mata Mineira, totalmente iserido na bacia do rio Paraíba do Sul. Os principais rios que cortam o município são os rios Muriaé (afluente do rio Paraíba do Sul) e Glória (afluente do Muriaé).
As terras do município apresentam altitudes entre 209 metros na sede e 1110 metros (Morro do Serrote). O clima é do tipo tropical, quente e úmido no verão, com temperaturas máximas que chegam até 38° e mínimas que chegam até 20°. E seco no inverno, com temperaturas máximas que chegam até 22° e temperaturas mínimas que chegam até 10°. Temperaturas médias anuais entre 18º e 31º (ALMG).
Economia e infra-estrutura
A região de Muriaé é composta por municípios de infra estrutura e forte crescimento comercial e industrial. A maior parte do PIB do município de Muriaé é relativa ao setor terciário, o qual dota a cidade de uma boa infra-estrutura de serviços. A indústria também tem papel de destaque, principalmente a indústria da moda – confecção de artigos do vestuário e acessórios. Outras indústrias, como as de produção de alimentos e bebidas e montagem de veículos, completam o parque industrial muriaeense. Na agropecuária, de pequena participação no PIB, destacam-se a criação de bovinos (principalmente gado de leite), galináceos, suínos e a produção de cana-de-açúcar, arroz e banana (ALMG).
As principais rodovias que cortam o município são a BR-116, BR-265 e BR-356. Muriaé conta ainda com um aeroporto. A cidade possui instituições de ensino superior e profissionalizante.
Na área educacional Muriaé conta com várias escolas de 1° e 2°graus estaduais e municipais, conta também com 2 faculdades, oferecendo um total de 22 cursos superiores e também alguns cursos de pós-graduação. Espera-se para este ano a implantação do CEFET(Centros Federais de Educação Tecnológica), que depois de pronto vai oferecer cursos de ensino médio, tecnológico e superior, um grande ganho para a região.
A saúde de Muriaé é bem moderna, contando com hospitais, sendo que 2 realizam todos os serviços e outros 3 especializados em crianças, coração e câncer. Conta também com várias clínicas especializadas.
O centro comercial de Muriaé é bem desenvolvido, conta com grandes lojas de redes de eletrodomésticos, mercados e tudo que um bom centro regional precisa ter, um grande shopping a céu aberto. Futuramente o campo do Nacional cederá lugar a um moderno mercado de uma grande rede. Com isso o Nacional construirá um estádio moderno as margens da Br356, sentido estado do rio.
Formação Administrativa
O município de Muriaé, na data de sua implantação, em 30 de setembro de 1861, possuía quatro distritos: São Paulo do Muriaé (sede); Nossa Senhora da Glória (atual Itamuri, criado em 1843); Patrocínio do Muriaé, criado em 1840; Conceição dos Tombos de Carangola, criado em 1852. Os distritos de São Francisco da Glória, criado em 1858, e Santa Luzia do Carangola, criado em 1860, passaram a pertencer a Muriaé, mas, não pertenceram a São João Batista do Presídio porque foram incorporados, depois de sua criação, em 16 de maio de 1855.
Muriaé teve outros distritos ao longo de sua história, alguns desmembrados de seu território e outros anexados, por Leis. Assim, em 1864 Muriaé possuía também o distrito de Dores da Vitória. Em 1865, Santo Antônio do Muriaé (atual município de Miraí) foi desmembrado do município de Leopoldina e anexado a Muriaé. Nesse mesmo ano, foi criado o distrito de São Francisco de Paula de Boa Família. Nos anos posteriores, foram criados os distritos de Santa Rita da Glória (1868), São Sebastião da Mata (atual município de Eugenópolis) e São Sebastião da Cachoeira Alegre (1870).
Em 1871, Muriaé perde Santo Antonio do Muriaé para o município de Ubá e adquire do município de Leopoldina o distrito de São Francisco da Capivara (atual município de Palma) e, em 1875, o distrito de São Francisco da Capivara passa a pertencer a Cataguases. Em 1876 foi restabelecido o distrito de Santa Rita do Glória e criado o distrito de Rosário de Limeira. Muriaé fica, então, com treze distritos, o maior número já registrado.
Em 1878, o número de distritos caiu para dez. Foram desmembrados Santa Luzia do Carangola, São Francisco do Glória e Conceição dos Tombos de Carangola. Em 1877 foi criado o distrito de Bom Jesus da Cachoeira Alegre. Em 1891 o distrito de São Sebastião da Mata foi emancipado e, em 1923, Muriaé perdeu o distrito de Dores de Vitória para Miraí e ganhou o distrito de Pirapanema (antigo Camargo), desmembrado de Rosário de Limeira. Em 18 de dezembro de 1938, os distritos de Santa Rita do Glória e de Santo Antonio do Glória passaram a formar o novo município do Glória, mais tarde Miradouro. Em 22 de dezembro de 1953, Muriaé perdeu o seu mais antigo distrito, que se transformou no município de Patrocínio do Muriaé. Em 1995, ocorreu a emancipação do distrito de Rosário da Limeira.
Muriaé possuía em 1865 um território de 3.072 km², e, atualmente o município tem um território de 1.017 km². A perda de 2.055 km² resultou diretamente na formação de quatro municípios: Carangola, em 1882; Eugenópolis, em 1891; Miradouro, em 1939; Patrocínio do Muriaé em 1954 e Rosário da Limeira.
Muriaé conta em 2007 com oito distritos: Muriaé (sede); Belisário; Boa Família; Bom Jesus da Cachoeira; Itamuri; Pirapanema; Vermelho; Macuco.
Dos 127 municípios da Zona da Mata de Minas Gerais, Muriaé está em quinto lugar em extensão territorial, sendo os quatro primeiros: Juiz de Fora (1.424 km²), Mutum (1.248 km²), Manhuaçu (1.143 km²) e Leopoldina (943 km²).
As leis provinciais que criavam os municípios estabeleciam em seu texto que essas unidades administrativas só se considerariam instaladas após a construção do prédio que abrigasse não somente o governo municipal, mas, também, outras repartições que viessem a funcionar no município representando interesses da Província e do Império. Em face da falta de recursos e de mão-de-obra locais, a construção desse prédio só se deu a partir de 1859 e se concluiu em fins de 1860. O atraso da instalação do município de Muriaé decorreu da falta de meios para a construção de um edifício que lhe servisse de sede do governo. A execução só se tornou possível depois que o Alferes Manoel Fortunato Pinto, próspero comerciante, à frente de um abnegado grupo de companheiros e agricultores, se dispôs a mandar vir de cidades longínquas os mestres-de-obras e operários, a cuja responsabilidade foi entregue a construção do prédio da municipalidade. Ao término da obra, muitos trabalhadores que nela tomaram parte, sem nenhuma qualificação, tornaram-se carpinteiros e alvanéis, incluindo entre eles escravos e índios. O município lucrou porque tais operários iniciaram, depois, a reforma das antigas e precárias habitações feitas de barro e madeira.